Huw Edwards, o jornalista e apresentador mais conhecido da BBC, declarou-se culpado esta quarta-feira, dia 31 de julho, por ter captado "imagens indecentes de crianças", um ano após o escândalo que provocou a sua saída do canal britânico.
O ex-apresentador de 62 anos, que noticiou os eventos mais importantes do Reino Unido desde o início dos anos 2000, admitiu a sua culpa durante uma sessão preliminar no Tribunal de Magistrados de Westminster em Londres.
Isto implicará que o juiz pronunciará a sua pena sem necessidade de realizar um julgamento. O jornalista pode ser condenado até dez anos de prisão.
A procuradoria sugeriu durante a audiência que poderia ser suficiente a aplicação de suspensão condicional da pena, acompanhada com tratamento obrigatório, devido aos problemas psicológicos e aos "arrependimentos sinceros" expressados.
A acusação é baseada em 41 imagens, algumas de um menor de idade com entre 7 e 9 anos, partilhadas no aplicativos de mensagens WhatsApp entre dezembro de 2020 e agosto de 2021.
Durante duas décadas, Edwards apresentou o noticiário das 22h00 e fez anúncios importantes, como a morte da rainha Isabel II, a 8 de setembro de 2022.
Porém, há um ano foi o jornalista quem virou notícia após ser acusado de pagar a um adolescente por fotografias de caráter sexual e foi afastado do cargo. A polícia, na época, não encontrou elementos que indicassem um crime.
O apresentador nunca mais voltou a estar no ar e a BBC anunciou a sua demissão em abril, que, segundo o canal, foi decidida pelo jornalista seguindo o "conselho dos seus médicos".
A sua admissão de culpa e a gravidade das acusações são um novo golpe para a reputação da BBC, duramente criticada pela forma como lidou com o escândalo.
A emissora pública realizou uma investigação interna que encontrou deficiências nos seus procedimentos de gestão de reclamações relacionadas ao comportamento dos funcionários.
A gigante audiovisual tem muitos escândalos sexuais ao longo da sua história, como o caso de Jimmy Saville, acusado de violação e agressão sexual de menores durante décadas, que só foram revelados um ano após a morte do popular apresentador.
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