A televisão vive uma nova era de ouro e, para atrair mais visitantes, vários museus norte-americanos têm dedicado exposições a séries e programas televisivos.

Em Washington, a National Portrait Gallery, que expõe os retratos dos principais líderes do país, está agora exposto um retrato de Frank Underwood,  personagem interpretada por Kevin Spacey em "House of Cards".

O retrato de Underwood foi pintado pelo artista Jonathan Yeo, britânico que já pintou, por exemplo, Ricardo III, Nicole Kidman ou Shakespeare.

O Museu Nacional de História americana, também na capital norte-americanaem, também dedicou uma exposição à série  "Breaking Bad". Porém, a roupa protetora amarela e o chapéu preto usados por Walter White não serão mostrados ao público até uma exibição sobre cultura norte-americana planeada para 2018.

Os fãs que não quiserem esperar podem sempre visitar uma nova exibição no Mom Museum de Las Vegas e ver de perto a roupa de Walter White.

Mas as exposições com base nas séries de televisão não ficam por aqui. Por exemplo, no Driehaus Museum de Chicago é possível ver algumas roupas do início do século XX usadas pelas personagens de "Downton Abbey".

No ano passado, o Museum of the Moving Image de Nova Iorque dedicou duas exposições à série "Mad Men".

"Novas, mais jovens e mais diversas"

"Não é nada surpreendente a influência da televisão" nos museus norte-americanos, sublinha Dustin Kidd, sociólogo da Temple University na Pensilvânia. O autor do livro "Pop Culture Freaks" disse à AFP que o país tem muitos museus dedicados aos filmes e à TV e que a "influência da televisão na arte norte-americana é tão velha quanto a televisão em si".

Já Vera Zolberg, socióloga da universidade New School, defende que a apresentação em museus de séries televisivas pode ser uma nova tendência. Para a socióloga, este fenómeno é equiparável com as visitas noturnas aos museus.

Peggy Levitt, socióloga na Wellesley College em Massachusetts, advoga que as exposições com base em conteúdos da cultura pop estão disseminar-se à medida que os museus compreendem a necessidade de mudar as práticas para alcançar "audiências novas, mais jovens e mais diversas". "Há um reconhecimento crescente neste país de que as pessoas dentro dos museus não se parecem com as pessoas fora deles", sublinha.