"Genera+ion" é a nova grande aposta da HBO - em Portugal, os três primeiros episódios da série estreiam-se esta quinta-feira, dia 11 de março, no serviço de streaming.

Antes do lançamento da primeira temporada da série que acompanha um grupo diversificado de alunos do ensino secundário, o SAPO Mag conversou com os protagonistas - Uly Schlesigner (Nathan), Chloe East (Naomi), Nathanya Alexander (Arianna), Lukita Maxwell (Delilah), Justice Smith (Chester), Chase Sui Wonders (Riley) e Haley Sanchez (Greta) - e com os criadores - Zelda Barnz, Daniel Barnz e Ben Barnz.

A comédia dramática, que ao longo da primeira temporada explora a sexualidade moderna e testa crenças enraizadas sobre a vida, começou a nascer depois de Zelda Barnz, de 19 anos, ter revelado à sua família que era queer. As conversas à mesa de jantar começaram a centrar-se no estilo de vida da geração Z (pessoas nascidas, em média, entre a segunda metade dos anos 1990 até o início do ano 2010), o que levou à criação da ideia para a série "Genera+ion".

Veja o trailer:

Depois de muitas conversas, Zelda Barnz e os seus pais, Daniel Barnz, realizador de "Beastly - O Feitiço do Amor" ou "Cake - Um Sopro de Vida", e Ben Barnz, começaram a trabalhar na série. "Eu e o meu marido Ben produzimos e trabalhamos juntos há muito tempo. E os nossos filhos cresceram no meio deste mundo. (...) Por isso, pareceu-nos uma evolução muito natural quando a Zelda teve esta ideia. Pareceu-nos bem fazer isto juntos. Acho que eu trouxe alguma experiência na escrita de guiões e ela trouxe experiência e autenticidade sobre como é ser um jovem com a idade das personagens da série. Assim, acabou por ser uma colaboração fantástica", começa por sublinhar o realizador Daniel Barnz.

Além do trabalho em família, "Genera+ion" contou ainda com a ajuda de Lena Dunham ("Girls"). "Ela é mesmo uma mentora para mim. E, falando da série em particular, ela contribuiu muito. É uma grande inspiração quando se trata de autenticidade e de dizer a verdade na narrativa", confessa Zelda Barnz em conversa com o SAPO Mag, durante uma conferência virtual que juntou vários jornalistas de todo o mundo.

Para a jovem criadora, o grande trunfo da série é a autenticidade. "Acho que a palavra que melhor descreve a série é autenticidade", frisa Zelda Barnz. "Eu diria que 'coragem' é a melhor palavra para descrever a série, no sentido em que as nossas personagens são corajosas ao serem o que querem ser", acrescenta o seu pai Daniel. "É ousada. Acho que o que me anima sobre a Zelda e os seus amigos, sobre esta geração, é facto de viverem de forma ousada".

As histórias da sua geração Z... sem tabus

Genera+ion
Genera+ion

Segundo o serviço de streaming, "Genera+ion" é uma série "sombria, mas divertida, que acompanha um grupo diversificado de alunos do ensino secundário, cuja exploração da sexualidade moderna testa crenças profundamente enraizadas sobre a vida, o amor e a natureza da família na sua comunidade conservadora".

Um dos jovens protagonistas é Chester, personagem interpretada Justice Smith. "O Chester é uma força da natureza", começa por frisar o ator em conversa com o SAPO Mag, acrescentando que a personagem "detesta tudo o que é básico". "Ele abraça todas as suas idiossincrasias. Ele quer ser visto e conhecido, é muito catártico", frisa.

O protagonista da série é o melhor jogador de pólo aquático do liceu e gosta de quebrar regras e tabus. Sempre confiante, gosta de dar nas vistas e não se deixa afetar pelos comentários negativos, conta o ator. "Esta personagem é incrivelmente diversificada e com muita profundidade. Mas também é muito bem-humorado, diverte e anima. Portanto, interpretar uma personagem que equilibra essas duas coisas é um desafio", sublinha Justice Smith, revelando que os primeiros quatro episódios da série apresentam aos espectadores o caminho de Chester.

GENERA + ION
GENERA + ION

Com menos confiança do que Chester e ainda a descobrir a sua identidade, Nathan, personagem de Uly Schlesigner, também promete ser uma das peças centrais da história de "Genera+ion". "As histórias deles são tão reais, tens estes momentos na vida em que estás a chorar e depois algo engraçado acontece e estás a rir e a chorar. É fantástico. É o que mais gosto no argumento", confessa o ator, lembrando que a sua personagem não conta à sua família que é bissexual.

"Nunca vi uma personagem bissexual representada de uma forma tão bela e honesta, não como um estereótipo. (...) Nem é retratado como uma piada, tipo: 'oh, ele é gay mas está apenas a esconder-se'. Não, ele é mesmo bi", sublinha Uly Schlesigner.

"As nossas personagens são engraçadas e são patetas... é como a vida real. Acho que foi isso que me impressionou mais", acrescenta Chloe East, que veste a pele de Naomi, irmã de Nathan. "Sinto-me confiante, acho que vai correr bem. Mesmo só vendo o piloto e os dois primeiros episódios, foi difícil ver-me a mim própria. Acho que todos se sentem assim", revela.

Nathanya Alexander, que dá vida a Arianna na série da HBO Max, também ficou surpreendida com o argumento da série. "Fiquei espantada com os detalhes e quão autêntico e cru era. Consegue captar bem a adolescência e a juventude, como se afastasse do que é bom ou mau, do que é estranho ou engraçado", sublinha.

"Fiquei incrivelmente atraída pelas personagens, como estão bem desenvolvidas, como estão estruturadas, sabemos quem elas são na vossa vida real", acrescenta Lukita Maxwell (Delilah), em conferência de imprensa. "Esta série também é muito engraçada, acho eu. E algo único na série é que vamos ver tudo o que é estranho, divertido... vamos lidar com tudo o que podem imaginar, não fugimos de nada", acrescenta Nathanya Alexander.

Veja o teaser:

Chase Sui Wonders (Riley) e Haley Sanchez (Greta) completam o grupo de protagonistas e subscrevem a opinião dos colegas de elenco. No arranque da primeira temporada, a tímida Greta sente uma atração por Riley - apesar de não o confessar, a personagem não consegue evitar os olhares e a tensão.

"Estou feliz por poder contar uma história que acho ser tão autêntica. Trabalho arduamente para garantir que as suas histórias sejam contadas da melhor forma possível, para que quando todos virem a personagem... possam ver-se a si próprias", sublinha Haley Sanchez.

GENERA + ION
GENERA + ION

Já Chase Sui Wonders confessa que, nos tempos de liceu, era completamente diferente da sua personagem. "Não fui nada como a Riley no liceu, ela é muito mais fixe do que eu. Por isso, tem sido um desafio. Mas também é muito divertido", garante a atriz.

Os primeiros três episódios de "Genera+ion" estreiam-se esta quinta-feira, dia 11 de março. A série continua com episódios duplos a 18 de março e 25 março. No dia 1 de abri é lançado o último capítulo da primeira parte da produção - a HBO Max adianta que a segunda parte da primeira temporada será lançada antes do final de 2021.