Os trabalhadores da Plural Entertainment, produtora do grupo Media Capital e responsável pela ficção da TVI, estão em greve, anunciou o Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos.

Em comunicado no site oficial, o sindicato frisa que os profissionais "não estão a ser valorizados nem respeitados naquilo que são os seus direitos laborais e decidiram, por isso, iniciar um período de greve entre os dias 4 e 10 de dezembro".

Joaquim Horta, Joana de Verona, André Gago e Elsa Galvão foram alguns dos atores que protestaram contra as condições em que dezenas de profissionais da Plural se encontram.

Ana Sofia Martins também se mostrou solidária com os colegas. Na festa de "Ouro Verde" depois da vitória nos International Emmy Awards, a atriz relembrou o trabalho de toda a equipa. "Os técnicos esses que são explorados a nível salarial e psicológico. Que trabalham 12 horas por dia, que trabalham ou a contratos temporários, ou a recibos, em funções que são essenciais a todos os projetos, que não têm condições de segurança e a quem não é oferecida formação", frisou.

No site CENA-STE, o sindicato avança que uma "das reivindicações centrais é a redução do Período Normal de Trabalho (PNT), que actualmente, atinge as 11h de trabalho, durante a maioria dos dias da semana, do mês e do ano". "Estes horários de trabalho são justificados pela empresa com o pagamento de um subsídio de Isenção de Horário de Trabalho, na modalidade que vulgarmente se identifica como IHT total. Ou seja, entende a empresa que a única coisa a respeitar são as 11h de descanso entre dois dias de trabalho", acrescenta.

O Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos explica que esta greve surge "também depois de, mais uma vez, a empresa ter falhado o prazo de entrega formal de uma proposta que fosse ao encontro das reivindicações apresentadas". "Apesar de os trabalhadores e o CENA-STE terem comunicado que se mantêm disponíveis para negociar de modo a inclusivamente cancelar esta greve, optaram o GMC e GPE por declinar a reunião que estava agendada para o passado 27 de novembro", avança o comunicado.

"É simples, as telenovelas e outros programas não são feitos nos gabinetes das administrações, são feitos pelas mãos destes trabalhadores, e é por causa do seu trabalho que os espectadores ligam a televisão. São eles que precisam de ser valorizados e respeitados. Juntos, podemos!", frisa o sindicato.