Russell Hornsby, Arielle Kebbel e Ramses Jimenez foram unânimes em dizer que tentaram “honrar” o trabalho já feito e dar novas versões às personagens da história do detetive Lincoln Rhyme, escrita em livro pelo autor Jeffrey Deaver e concebida em filme em 1999, com Denzel Washington e Angelina Jolie nos papéis principais, com realização de Phillip Noyce.
Representado na nova série pelo ator Russell Hornsby, o personagem principal é o detetive Lincoln Rhyme, que fica paralítico num acidente em que tenta resolver as pistas e mistérios deixados por um assassino em série, o Colecionador de Ossos.
Num evento de promoção da série, em Nova Iorque, Russell Hornsby disse que não se sentiu “nada intimidado” pelo filme de 1999 em que o ator principal é Denzel Washington e acrescentou que, quando recebeu o papel, sem ter feito audição, optou por não ver o filme.
“Para ser um ator confiante, não preciso de pensar no que fizeram antes de mim e não considero que me vão comparar”, disse Hornsby, que também disse ter a certeza que Denzel Washington ia apoiá-lo para ter confiança: “Acredito que ele não quisesse que eu ficasse assustado ou intimidado”.
Russell Hornsby sublinhou que o tipo de produção é muito diferente de um filme para uma série, e com uma separação temporal de 20 anos.
O ator acredita que o público vai apaixonar-se “não só pelas histórias" contadas, "mas também por quem é escolhido para as contar” e acrescentou: “A minha presença também faz diferença, sejamos honestos”.
O ator relembrou que o seu personagem só pode estar nos locais do crime com a ajuda da polícia Amelia Sachs, representada por Arielle Kebbel, e que os dois não contracenam muito, mas falam por ecrãs e hologramas.
“A Arielle tem de ser confiante para falar para o vazio em qualquer local, mesmo que as pessoas pensem que ela é maluca”, descreveu, entre risos, Russell Hornsby.
“Eu esforço-me com a noção de que menos é mais, e reforço-me com isso”, sublinhou Hornsby, acrescentando que um ator tem de possuir “um certo apelo, um ‘je-ne-sais quoi’ que as senhoras adoram e que os homens desejam ser”.
Dando-se como um ator mais teatral, Russell Hornsby afirmou ser capaz de “gerar calor, ter um nível de charme e ter um brilho nos olhos” mesmo estando imóvel numa cadeira ou numa cama, paralítico.
A atriz Arielle Kebbel, que faz o papel de Amelia Sachs, uma polícia de Nova Iorque que passa a investigar também os crimes do Colecionador de Ossos, admitiu que voltou a ver várias cenas do filme de 1999 para “encontrar traços para compreender, honrar e trazer à personagem”, com os quais ia sair e “construir a própria versão de Amelia”.
“Eu vi o filme quando estava a crescer e adorei, era uma fã e também sabia da série de livros. Quando recebi o guião, não consegui parar de ler até acabar”, contou Arielle Kebbel.
A atriz disse que se sentiu “muito conectada com a personagem”, e quando fez a audição para o papel, agradeceu muito aos criadores pela forma como retratam Amelia, mesmo sem saber se ia ser escolhida. Por sentir de forma muito intensa a personagem, Arielle Kebbel confessou que chorou no carro quando saiu da audição.
Por seu lado, Ramses Jimenez, que representa o detetive assistente Eric Castillo, afirmou que “toda a gente quer honrar o trabalho que já foi feito”.
Jimenez disse ainda que existe uma “pressão boa” e “mais profissionalismo e maturidade” do que se fosse uma produção sem um histórico, porque é como “dar continuidade a uma equipa que já ganhou um campeonato”.
O ator revelou que, por ter decidido agir e interpretar com o seu próprio estilo na audição, os responsáveis da produção admitiram reescrever a personagem Eric Castillo na série.
O ator explicou que Eric Castillo vem da República Dominicana, e todos os membros da sua família são polícias, mas Eric é o único que sobe a detetive, depois de o pai ter morrido no cumprimento do dever.
Com este papel, Ramses Jimenez mantém uma estreita ligação de homenagem ao seu pai na vida real – veste as roupas velhas do pai, reconfiguradas para a personagem do detetive.
Comentários