Os telespectadores puderam conhecer no início da semana os quinze participantes do programa, confinados ao local de gravação desde 31 de dezembro. Isolados do mundo por quase um ano com quase nada, instalados num galpão cercado por terras, deverão "construir uma nova sociedade", estabelecendo eventuais regras de convivência, administrando o espaço que lhes foi dado e um orçamento de partida, segundo a emissora.

De Mol tenta diferenciar a sua utopia das suas distopias precedentes, mas os ingredientes permanecem os mesmos: um grupo isolado do mundo, muitas câmaras e eliminações. "Enquanto criadores, não temos a possibilidade de influenciar os eventos", uma característica que conduzia o Big Brother, cujos conceitos de reality show rodaram o mundo. "É uma experiência social", declarou De Mol, citado pelo jornal Volkskrant.

Segundo o Volkskrant, "se o grupo conseguir criar em pouco tempo uma comunidade harmoniosa que funcione bem, o fracasso é certo. Mas se houver caos, brigas, ação (...) será uma vitória para John De Mol". O programa será transmitido cinco dias por semana, entre as 19h30 e 20h00, mas os candidatos poderão ser observados 24 horas por dia na internet.

Talpa, a sociedade em que John De Mol reuniu as suas atividades nos media, comprou em 2011 33% dos direitos do programa. O restante foi adquirido pela Sanoma, a gigante dos media finlandesa.

Exibido em três canais da rede SBS, o programa tem registado uma audiência decepcionante. "A audiência da SBS poderia ser melhor, sim, acho que todos concordam", disse à AFP o porta-voz da Talpa, Thomas Notermans, segundo o qual a participação no mercado dos três canais da SBS (SBS6, Veronica, Net5) é de 15 a 20% no total. A estreia de "Utopia" alcançou uma quota de cerca de 25% do mercado, de acordo com Notermans: "uma pontuação muito boa para esse horário".

No início de dezembro, John De Mol provocou polémica ao criticar os seus parceiros finlandeses numa entrevista, garantindo que a SBS daria "de cara com a parede" e argumentando que a Sanoma recusou investir corretamente nos três canais da SBS. Ofereceu-se então para comprar as partes da Sanoma na SBS por 370 milhões de euros, de acordo com a imprensa holandesa.

Sanoma, que embarcou num programa de cortes de empregos, respondeu dizendo que não se reconhecia nas palavras de John De Mol. O diretor executivo da Sanoma também afirmou que seu grupo quer comprar as ações da Talpa na SBS, de acordo com a imprensa holandesa.

@AFP

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