«Battle Creek» é tudo menos um vulgar objeto de televisão. A relutante parceria entre Russ Agnew (Dean Winters), um rabugento detetive da polícia local, um sabichão com um ego do tamanho do Michigan, e Milton Chamberlain (Josh Duhamel), um vistoso agente do FBI, com uma postura imaculada, sem um cabelo fora do sítio e camisas perfeitamente engomadas, que acredita no próximo e foi estranhamente parar à pequena cidade de 50 mil habitantes, ambos bons demais para serem verdade, é o ponto de partida da série.
Josh Duhamel, um ator que saiu das telenovelas e graduou-se na série «Las Vegas» até chegar ao cinema, regressa à televisão com um personagem construído sobre numa teia de falácias e aparências, mas revela-se alguém que está no caminho da redenção e deseja mudar. Ele contracena com Dean Winters no papel de um veterano que se queixa da falta de meios mas não lhe agrada o seu novo reforço.
Os dois atores complementam-se numa série que não brinca com os seus crimes, mas encontra o humor nos lugares mais insólitos desta parceria. Preparem-se para investigações disfuncionais, casos dramáticos e humor em doses controladas. O elenco ainda tem vários interessantes apontamentos nos papéis secundários que são dignos de relevo, como Kal Penn, Janet McTeer, Damon Herriman e Grapevine, com este último a ter um dos mais divertidos personagens.
Podemos esperar o inesperado de «Battle Creek» com a sua escrita inteligente e dois atores à medida dos seus papéis. A vantagem de ser um criador de sucesso como Vince Gilliam, que redigiu o piloto em 2012 para a CBS, muito antes do aclamado «Breaking Bad», é conseguir que a sua série já tenha 13 episódios fechados antes mesmo da sua estreia, permitindo assim criar sem estar exclusivamente depende das audiências. O canal já começou a vender a série internacionalmente, o que constitui, sem dúvida, um bom prenúncio para «Battle Creek».
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