"O Brutalista" e "Emília Perez" foram os grandes vencedores do palmarés amplamente internacional e diverso da 82.ª edição dos Globos de Ouro, a primeira grande gala de prémios do ano de Hollywood, que se realizou ao fim da tarde de domingo em Los Angeles (início desta madrugada em Lisboa).

O primeiro, que demorou sete anos a concretizar e com três horas e 35 minutos (15 minutos de intervalo incluídos), sobre um arquiteto judeu húngaro que sobrevive ao Holocausto e emigra para os EUA, tem estado relativamente discreto em termos mediáticos (está em exibição ainda em poucos cinemas), recebeu o prémio de Melhor Filme em Drama e os importantes Melhor Ator em Drama (Adrien Brody) e Realização (Brady Corbet), beneficiando assim do impacto de uma cerimónia com transmissão nacional para conquistar novos públicos e elevar-se entre a forte concorrência quando está prestes a começar a decorrer a votação para os Óscares (8 e 12 de janeiro).

“Disseram-me que este filme era impossível de distribuir, que ninguém iria vê-lo. Que não iria funcionar. Não estou ressentido [...] Os filmes não existem sem os cineastas, vamos apoiá-los. Ninguém estava a pedir um filme de três horas e meia sobre um designer de meio do século, em 70mm... mas funciona", disse Brady Corbet.

VEJA O DISCURSO DE BRADY CORBET.

"O Brutalista"

Já o musical narco-thriller surrealista "Emília Pérez", sobre um traficante mexicano que faz a transição para viver como mulher, uma produção desafiadora de géneros cinematográficos que liderava com 10 nomeações, recebeu quatro prémios: Melhor Filme em Comédia ou Musical, Melhor Atriz Secundária (Zoe Saldaña), Filme Estrangeiro e Canção ("El Mar").

O realizador Jacques Audiard acabou por fazer o discurso mais político da noite, defendendo o feminismo e os direitos transgénero, e não sem mencionar diretamente a nova administração presidencial de Donald Trump que está prestes a entrar, notou que os americanos vão precisar de “nervos de aço” este ano.

Karla Sofia Gascon, protagonista do filme e atriz transgénero, reforçou quando o realizador lhe deu o palco para o discurso final: "A luz ganha sempre à escuridão. Podem prender-nos, bater-nos, mas nunca podem roubar a nossa alma, a nossa existência, a nossa identidade. Levantem as vossas vozes e digam: sou o que sou, não o que tu queres."

VEJA O DISCURSO FINAL.

Um grande empurrão para os Óscares

Demi Moore

Numa das maiores surpresas da cerimónia, Fernanda Torres recebeu um prémio histórico como Melhor Atriz em Drama pelo filme brasileiro "Ainda Estou Aqui", superando estrelas como Angelina Jolie, Nicole Kidman ou Kate Winslet.

A atriz brasileira fortaleceu claramente a candidatura para o que se sabe que será uma super competitiva categoria nos Óscares, cujas nomeações serão anunciadas a 17 de janeiro e onde o seu nome não tem sido tão falado nas previsões e ficou de fora das finalistas para os BAFTA da Academia de Cinema Britânica.

“Não preparei nada”, confessou claramente surpreendida.

“Este foi um ano tão incrível em desempenhos femininos”, continuou. A atriz dedicou a vitória à mãe, Fernanda Montenegro, que foi a primeira brasileira nomeada na mesma categoria, por “Central do Brasil”, em 1999, mas não ganhou.

“Isto é a prova de que a arte pode perdurar pela vida, mesmo em momentos difíceis como este da incrível Eunice Paiva que eu interpreto”, afirmou.

“A mesma coisa está a acontecer agora no mundo, com tanto medo, e este é um filme que nos ajuda a pensar como sobreviver em tempos difíceis como este”, acrescentou.

VEJA O DISCURSO DE FERNANDA TORRES.

Mais forte na corrida também está Demi Moore com "A Substância", que surpreendentemente ultrapassou Cynthia Erivo, Mikey Madison, Zendaya ou Karla Sofía Gascón para Melhor Atriz em Comédia ou Musical.

Não prejudica a sua campanha que o discurso tenha sido um dos momentos mais sentidos da noite: recordando que está na indústria há mais de 45 anos e era a primeira vez que recebia um prémio como atriz, contou que "há 30 anos, um produtor disse-me que era uma ‘atriz de pipocas’. E naquela época, Percebi isso como significando que isto era algo que eu não podia ter, que podia fazer filmes de sucesso e muito dinheiro, mas não ter reconhecimento. E aceitei e acreditei nisso".

Moore acrescentou que isso a "corroeu" e que, há alguns anos, chegou a pensar que estava 'acabada', praticamente a desistir da carreira, e "foi quando estava em baixo que este argumento ousado, corajoso, fora da caixa, absolutamente doido me apareceu. O universo disse-me que ainda não estava acabada”.

VEJA O DISCURSO DE DEMI MOORE.

A própria vitória de Adrien Brody foi outro 'regresso', mais de duas décadas depois de se tornar o mais jovem vencedor do Óscar de Melhor Ator por "O Pianista", no qual também interpretou um sobrevivente do Holocausto.

“Houve uma altura, não há muito tempo, em que senti que este poderia ser um momento que nunca mais me seria concedido”, disse no discurso, contando que "esta história... recorda muito a da minha mãe e a minha jornada ancestral de fugir dos horrores da guerra e vir para este grande país."

VEJA O DISCURSO DE ADRIEN BRODY.

Sebastian Stan, que tinha duas nomeações para Melhor Ator, nas categorias de Drama e Comédia ou Musical, ganhou nesta última ao interpretar um homem que se submete a um tratamento experimental para uma condição facial desfigurante, mas lamenta as consequências, no pouco conhecido "A Different Man", categoria onde estavam os mais mediáticos Hugh Grant ou Glen Powell.

No seu discurso, o ator disse ser preciso acabar com “a ignorância e desconforto” que sentimos com as deficiências e não se esqueceu de mencionar o outro filme pelo qual estava nomeado, ainda visto como a sua melhor hipótese para os Óscares, notando que muitos atores não querem falar sobre “The Apprentice - A História de Trump”.

“São assuntos difíceis, mas estes filmes são reais e necessários e não podemos ter medo e desviar o olhar”, disse.

VEJA O DISCURSO DE SEBASTIAN STAN.

Talvez o prémio mais previsível nas categorias de interpretação tenha sido o de Melhor Ator Secundário: Kieran Culkin confirmou o favoritismo das últimas semanas com "A Verdadeira Dor", realizado por Jesse Eisenberg, e comentou que o seu discurso tinha 'desaparecido' por causa dos efeitos de um copo de tequila.

Uma cerimónia com todo o glamour das estrelas

Com novos donos e novos votantes após uma profunda reforma depois de alegações de corrupção e racismo que levaram a um boicote da indústria nos últimos anos, os Globos de Ouro parecem ter sido bem sucedidos pelo segundo ano consecutivo na sua operação de charme para ficarem nas boas graças de Hollywood.

Sem um claro favorito a destacar-se nas últimas semanas, como aconteceu no ano passado com "Oppenheimer", os prémios também podem ter beneficiado dessa incerteza: todos os nomeados em cinema e a maioria de televisão compareceram e abrilhantaram a passadeira vermelha, de Timothée Chalamet a Daniel Craig, Glen Powell ou Hugh Grant, de Angelina Jolie a Nicole Kidman, Cate Blanchett, Kate Winslet ou Zendaya.

A PASSADEIRA VERMELHA.

Também não faltaram Cynthia Erivo e Ariana Grande, mas "Wicked" só conseguiu traduzir as quatro nomeações numa vitória: um prémio de consolação numa categoria para os sucessos de bilheteira conhecida por Melhor Filme por Mérito Cinematográfico e Comercial.

Ainda assim, melhor do que aconteceu com "Anora": com cinco nomeações, não houve nada para o vencedor da Palma de Ouro, considerado um dos grandes favoritos aos Óscares.

Entre os dramas vistos como fortes candidatos na temporada, "Conclave", com seis nomeações, um relato ficcional das negociações de alto risco para eleger um novo Papa, foi anunciado como o Melhor Argumento.

Já "Challengers" surpreendeu com a vitória em Melhor Banda Sonora para a dupla Trent Reznor e Atticus Ross, mas a ilustrar o grande peso dos votantes fora dos EUA após a reforma dos Globos, o letão "Flow - À Deriva", uma odisseia surreal e sem diálogos sobre um grupo de animais forçados a coabitar num barco por um mundo inundado, ganhou o prémio de Melhor Filme de Animação, que tinha a presença das fortes produções de Hollywood "Divertida-Mente 2" e "Robot Selvagem".

A cerimónia também homenageou os melhores da televisão e sem grandes surpresas: tal como tinha acontecido nos Emmys, as grandes vitórias foram para o épico histórico “Shōgun”, a comédia “Hacks” e a minissérie “Baby Reindeer”.

A gala Ozempic

Nikki Glaser foi a anfitriã da cerimónia e arrancou com um monólogo irreverente e bem recebido pelas estrelas na sala.

“Bem-vindos aos 82. Globos de Ouro, a grande noite do Ozempic”, brincou a comediante e atriz, referindo-se à droga para perder peso que se tornou extremamente popular na famosa Hollywood preocupada com a aparência.

E acrescentou: “Estou absolutamente entusiasmada por ser a vossa anfitriã esta noite. Tenho de dizer que finalmente consegui. Uma sala cheia de produtores no Beverly Hilton e desta vez estou completamente vestida. Valeu a pena."

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Em várias entrevistas, Nikki Glaser disse que sabia que tinha conseguido o trabalho pelo impacto do seu estilo provocador, principalmente na elogiada e viral prestação no especial "The Roast Of Tom Brady", mas que os Globos implicavam um 'equilíbrio delicado' com outro tom: fazer humor, mas sem arrasar a elite de Hollywood, que, ao contrário do desportista, não foi paga para se sujeitar a um 'roast'. E também assumiu que queria voltar a ser convidada pela organização e aos que lhe pediam para ser como o antigo anfitrião Ricky Gervais, recordou que mesmo ele começou por ser mais controlado e estava pronto para arrasar quando soube que seria a última vez.

De facto, a anfitriã descansou a sua audiência de elite logo no início: "Não estou aqui para ser maldosa com vocês. Como é que poderia, vocês são todos tão famosos, tão talentosos, tão poderosos. Conseguem realmente fazer tudo, exceto dizer ao país em quem votar. Mas tudo bem, vão conseguir da próxima vez. Se houver. Estou com medo."

Vários atores foram diretamente mencionados no monólogo, como Zendaya: “Foste incrível no 'Dune'. Acordei com todas as tuas cenas. E o 'Challengers'? Miúda, aquilo foi tão bom, o filme tinha mais potência sexual do que o cartão de crédito do Diddy".

Foi mais na parte final que Nikki Glaser se referiu aos escândalos sexuais na indústria e de forma invulgar: "Acho que esta vai ser uma noite muito memorável. E talvez não da forma que vocês pensam. Prevejo que, dentro de cinco anos, quando estiverem a ver excertos da cerimónia no YouTube, vão ver alguém nos planos do público, e dizer 'Meu Deus, aquilo foi antes de apanharem aquele tipo'. Podemos estar a fazer história esta noite e nem sabemos com quem. Ele sabe. Ou ela. Pode ser uma mulher. Penso que 100% das vezes é um homem, mas pode ser uma mulher. Não vai ser, nunca é. Como [a categoria] Melhor Realização".

E rematou: "Antes de começarmos a entregar prémios, por favor quero recordar-vos que se perderem, o objetivo de fazer arte não é ganhar um prémio. O objetivo é começar uma marca de tequila tão popular que nunca mais vão ter que fazer arte outra vez."

VEJA O MONÓLOGO DE NIKKI GLASER.

VEJA O BALANÇO A MEIO DA CERIMÓNIA.

"Emília Pérez"

LISTA COMPLETA DE  PREMIADOS (A BOLD)

CINEMA

MELHOR FILME (DRAMA)
“O Atentado de 5 de Setembro”
“O Brutalista”
“A Complete Unknown”
“Conclave”
“Dune -Duna: Parte 2”
“Nickel Boys”

MELHOR FILME (COMÉDIA OU MUSICAL)
“Anora”
“Challengers”
“Emília Pérez”
"A Substância"
“A Verdadeira Dor"
“Wicked”

MELHOR REALIZAÇÃO
Jacques Audiard, "Emília Pérez"
Sean Baker, "Anora"
Edward Berger, "Conclave"
Brady Corbet, "O Brutalista"
Coralie Fargeat, "A Substância"
Payal Kapadia, "All We Imagine as Light – Tudo o Que Imaginamos Como Luz"

MELHOR ATOR (DRAMA)
Adrien Brody, “O Brutalista"
Timothée Chalamet, “A Complete Unknown”
Daniel Craig, “Queer”
Colman Domingo, “Sing Sing”
Ralph Fiennes, “Conclave”
Sebastian Stan, “The Apprentice - A História de Trump”

MELHOR ATRIZ (DRAMA)
Pamela Anderson, “The Last Showgirl”
Angelina Jolie, “Maria”
Nicole Kidman, “Babygirl”
Tilda Swinton, “O Quarto ao Lado"
Fernanda Torres, “Ainda Estou Aqui"
Kate Winslet, “Lee Miller: Na Linha da Frente”

MELHOR ATOR (COMÉDIA OU MUSICAL)
Jesse Eisenberg, "A Verdadeira Dor"
Hugh Grant, "Herege"
Gabriel LaBelle, "Saturday Night"
Jesse Plemons, "Histórias de Bondade"
Glen Powell, "Assassino Profissional"
Sebastian Stan, "A Different Man"

MELHOR ATRIZ (COMÉDIA OU MUSICAL)
Amy Adams, "Canina"
Cynthia Erivo, "Wicked"
Karla Sofía Gascón, "Emília Pérez"
Mikey Madison, "Anora"
Demi Moore, "A Substância"
Zendaya, "Challengers"

MELHOR ATOR SECUNDÁRIO
Yura Borisov, "Anora"
Kieran Culkin, "A Verdadeira Dor"
Edward Norton, "A Complete Unknown"
Guy Pearce, "O Brutalista"
Jeremy Strong, "The Apprentice - A História de Trump"
Denzel Washington, "Gladiador II"

MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA
Ariana Grande, "Wicked"
Selena Gomez, "Emília Pérez"
Felicity Jones, "O Brutalista"
Margaret Qualley, "A Substância"
Isabella Rossellini, "Conclave"
Zoe Saldaña, "Emília Pérez"

MELHOR ARGUMENTO
"Anora"
"O Brutalista"
"Conclave"
"Emília Pérez"
"A Substância"
"A Verdadeira Dor"

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
"Ainda Estou Aqui"
"All We Imagine as Light – Tudo o Que Imaginamos Como Luz"
"Emília Pérez"
"A Rapariga da Agulha"
"A Semente do Figo Sagrado"
"Vermiglio"

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
"Flow - À Deriva"
"Divertida-Mente 2"
"Memoir of a Snail"
"Robot Selvagem"
"Vaiana 2"
"Wallace & Gromit: A Vingança das Aves"

MELHOR FILME POR MÉRITO CINEMATOGRÁFICO E COMERCIAL
"Alien: Romulus"
"Beetlejuice Beetlejuice"
"Deadpool & Wolverine"
"Divertida-Mente 2"
"Gladiador II"
"Robot Selvagem"
"Tornados"
"Wicked"

MELHOR BANDA SONORA ORIGINAL
"O Brutalista"
"Challengers"
"Conclave"
"Dune - Duna: Parte II"
"Emília Pérez"
"Robot Selvagem"

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
“Beautiful That Way”, de "The Last Showgirl"
"Compress/Repress", de "Challengers"
“El Mal”, de "Emília Perez"
“Mi Camino”, de "Emília Perez"
“Forbidden Road”, de "Better Man"
“Kiss The Sky”, de "Robot Selvagem"

TELEVISÃO

MELHOR SÉRIE DRAMA
"A Diplomata"
"Mr. and Mrs. Smith"
"Shōgun"
"Squid Game"
"Slow Horses"
"The Day of the Jackal"

MELHOR SÉRIE COMÉDIA
"Abbott Elementary"
"The Bear"
"The Gentlemen"
"Hacks"
"Ninguém Quer Isto"
"Homicídios ao Domicílio"

MELHOR TELEFILME, ANTOLOGIA OU MINISSÉRIE
"Baby Reindeer"
"Disclaimer"
"Monstros: A História de Lyle e Erik Menendez"
"The Penguin"
"Ripley"
"True Detective: Night Country"

MELHOR ATOR EM SÉRIE DRAMA
Donald Glover, "Mr. and Mrs. Smith"
Jake Gyllenhaal, "Presumed Innocent"
Gary Oldman, "Slow Horses"
Eddie Redmayne, "The Day of the Jackal"
Hiroyuki Sanada, "Shōgun"
Billy Bob Thornton, "Landman"

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DRAMA
Kathy Bates, "Matlock
Emma D’Arcy, "House of the Dragon"
Maya Erskine, "Mr. and Mrs. Smith"
Keira Knightley, "Black Doves"
Anna Sawai, "Shōgun"
Keri Russell, "A Diplomata"

MELHOR ATOR EM SÉRIE DE COMÉDIA OU MUSICAL
Adam Brody, "Ninguém Quer Isto"
Ted Danson, "Temos um Infiltrado"
Steve Martin, "Homicídios ao Domicílio"
Jason Segel, "Shrinking"
Martin Short, "Homicídios ao Domicílio"
Jeremy Allen White, "The Bear"

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE COMÉDIA OU MUSICAL
Kristen Bell, "Ninguém Quer Isto"
Quinta Brunson, "Abbott Elementary"
Ayo Edebiri, "The Bear
Selena Gomez, "Homicídios ao Domicílio"
Kathryn Hahn, "Foi Sempre a Agatha"
Jean Smart, "Hacks"

MELHOR ATOR EM MINISSÉRIE, ANTOLOGIA OU TELEFILME
Colin Farrell, "The Penguin"
Richard Gadd, "Baby Reindeer"
Kevin Kline, "Disclaimer"
Cooper Koch, "Monstros: A História de Lyle e Erik Menendez"
Ewan McGregor, "A Gentleman in Moscow"
Andrew Scott, "Ripley"

MELHOR ATRIZ EM MINISSÉRIE, ANTOLOGIA OU TELEFILME
Cate Blanchett, "Disclaimer"
Jodie Foster, "True Detective: Night Country"
Cristin Milioti, "The Penguin"
Sofía Vergara, "Griselda"
Naomi Watts, "Feud: Capote vs. The Swans"
Kate Winslet, "The Regime"

MELHOR ATOR SECUNDÁRIO EM TELEVISÃO
Tadanobu Asano, "Shōgun"
Javier Bardem, "Monstros: A História de Lyle e Erik Menendez"
Harrison Ford, "Shrinking"
Jack Lowden, "Slow Horses"
Diego Luna, "La Maquina"
Ebon Moss-Bachrach, "The Bear"

MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA EM TELEVISÃO
Liza Colón-Zayas, "The Bear"
Hannah Einbinder, "Hacks"
Dakota Fanning, "Ripley"
Jessica Gunning, "Baby Reindeer"
Allison Janney, "A Diplomata"
Kali Reis, "True Detective: Night Country"

MELHOR PERFORMANCE EM PROGRAMA DE COMÉDIA STAND-UP
Jamie Foxx em "Jamie Foxx: What Had Happened Was"
Nikki Glaser em "Nikki Glaser: Someday You´ll Die"
Seth Meyers em "Seth Meyers: Dad Man Walking"
Adam Sandler em "Adam Snadler: Love You"
Ali Wong em "Ali Wong: Single Lady"
Ramy Youssef em "Ramy Youssef: More Feelings"