Já existe um valor para o prejuízo financeiro da aventura chinesa de Matt Damon: "A Grande Muralha" vai perder mais 75 milhões de dólares, cerca de 71 milhões de euros, avançou o The Hollywood Reporter.
Realizado pelo famoso cineasta Zhang Yimou, o filme foi um grande fracasso nos EUA, onde até agora só conseguiu 35 milhões de dólares das bilheteiras. Os 171 milhões arrecadados no mercado chinês também são considerados uma desilusão.
Em Portugal, foi visto por pouco mais de 117 mil espectadores nas primeiras duas semanas de exibição.
As receitas globais devem chegar aos 320 milhões, o que não vai compensar o investimento de 150 milhões, o mais elevado de sempre num filme chinês, uma vez que o orçamento não inclui marketing e outras despesas.
Uma das razões para justificar o fracasso é que é difícil encontrar histórias em que seja possível juntar personagens ocidentais e orientais, mas também os desafios de fundir equipas, o que no caso do filme de Matt Damon significou contratar 100 intérpretes e resolver conflitos que alegadamente surgiram entre trabalhadores com funções de menor ranking.
"Foi o primeiro filme do seu género", comentou uma pessoa ligada ao projeto.
"Tenta-se cativar toda a gente e não se é suficientemente convincente para cativar uma pessoa que seja. Parece Esparanto" [a língua artificial mais falada no mundo], concluiu a mesma fonte.
O colapso de "A Grande Muralha" significa que a fusão do primeiro e segundo maior mercado de cinema do mundo não está para acontecer tão depressa como se esperava.
A tentação de Hollywood para fazer filmes em co-produção com a China explica-se pelo maior acesso ao grande mercado: para além dos incentivos fiscais, os investidores podem ficar com 43% das receitas de bilheteira.
Existiram tentativas para fazer "Homem de Ferro 3" (2013) e "Transformers: Era da Extinção" (2014) com a China, mas os estúdios americanos fizeram marcha-atrás quando se aperceberam do nível de envolvimento chinês e do controlo sobre o conteúdo do argumento.
Trailer "A Grande Muralha".
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