Seis anos depois da última aventura, a saga “A Idade do Gelo” regressa com um novo filme onde o protagonista é o irreverente Buck Wild e a comédia serve de pano de fundo para os muitos formatos da família.
“Mal podia esperar para trazer o Buck de volta e sabia que ele seria um excelente personagem para centrar um filme”, disse à agência Lusa a produtora executiva do novo “A Idade do Gelo: As Aventuras de Buck Wild”, Lori Forte.
“Havia tanto para descobrir sobre este personagem que, quando chegou o momento de decidir o que queríamos fazer a seguir, optámos por focar em personagens com quem não tínhamos podido passar tanto tempo como queríamos nos outros filmes”.
Buck Wild, doninha que usa uma pala porque perdeu um olho numa luta feroz com um T-Rex, apareceu pela primeira vez em “A Idade do Gelo 3”, e voltou na última iteração, “A Idade do Gelo 5”, em 2016. No sexto filme da saga, que tem estreia marcada para 25 de março no Disney+ Portugal, ganha profundidade e um passado onde entra a misteriosa Zee, uma nova personagem feminina.
“O Buck é tão grandioso e poderoso que queríamos ter outra personagem que funcionasse como contraponto e desafiasse a sua impetuosidade”, disse à Lusa o realizador John Donkin sobre Zee. Ela é “tão apaixonada e vital como o Buck, mas está muito mais assente na realidade que ele”.
O que o realizador considera ser bom nesta dupla é que ambos são leais e têm uma mentalidade semelhante quanto ao que é justo e verdadeiro, mas com abordagens diferentes. “Foi muito divertido desenvolver uma história do passado de Buck, algo que não tínhamos feito. Abriu a porta a olhar para ele como mais que um solitário maluco”.
A introdução de Zee mostra erros e mal-entendidos que ficaram para trás e agora têm de ser emendados. “Isso, para mim, é a parte humana da história”, frisou Donkin. “Uma das coisas excelentes nos filmes 'Idade do Gelo' é a capacidade de encontrar a verdade sobre o que significa ser humano, e como interagimos com outras pessoas, através de animais”, acrescentou. “Sempre foi muito motivador encontrar a humanidade nestas histórias, que sabemos que são ridículas”.
A dinâmica deste duo flui em paralelo às tropelias dos marsupiais Crash e Eddie, os irmãos adotivos da mamute-lanudo Ellie que decidem rebelar-se no início da história.
“O tema da família percorre todos os nossos filmes”, salientou Lori Forte. “Neste filme, é o Crash e o Eddie que querem ter aventuras independentes e não estar sob a alçada da irmã mamute, e precisarem de sair sozinhos à descoberta”, descreveu.
“Todas as famílias passam por isso. Nalgum momento, os filhos querem sair de casa e explorar, e têm de ser os pais a aprender a deixá-los ir”, continuou. “Neste caso, o Crash e o Eddie fazem isso e a Ellie apercebe-se de que está a ter dificuldade em deixá-los ir”.
O dilema é clássico e o seu desfecho também. “Ela percebe, como todas as famílias acabam por perceber, que não temos necessariamente de estar juntos para fazermos parte da família”, disse Lori Forte. A produtora sublinhou que isso foi algo que toda a gente sentiu durante o pior período da pandemia de covid-19, em que houve confinamento e restrições nas viagens.
Por outro lado, há também um exame do que significa ser família. “Nunca se pensaria que um tigre dentes-de-sabre, um mamute e uma preguiça formariam uma amizade, muito menos uma família”, referiu Lori Forte.
“Todos os nossos filmes são assim: personagens diferentes que encontram algo em comum, e isso é normalmente o coração, a ideia de uma forte bússola moral, algo profundo que têm dentro de si”, descreveu. “Essas são as ligações que fazem uma família. Não temos de ser parentes de sangue para ser família”, salientou. “As famílias podem ser escolhidas, podem ser perdidas e encontradas, e ainda são famílias, um grupo que nos apoia e defende”.
No final de tudo, simplificou John Donkin, é “um filme divertido” da saga "Idade do Gelo". “Quem gosta destes personagens vai adorá-los ainda mais”.
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