O 15.º Arouca Film Festival arranca hoje com 61 obras a concurso, anunciando também uma conferência sobre o papel interventivo do cinema, a assinatura de um protocolo que levará filmes às escolas e sessões de realização com telemóveis.

Segundo adiantou à Lusa o diretor do evento, João Rita, a seleção de obras a concurso este ano "destaca-se pela sua heterogeneidade" e revela como realizadores de 11 países diferentes "fazem questão de demonstrar um estilo cinematográfico muito particular, em que todos os filmes revelam uma forte aposta na componente visual como elemento dramático".

Até domingo, o festival consegue assim "transportar até Arouca alguns dos mais conceituados filmes" de produção recente, "muitos deles em estreia mundial" e todos reveladores de quanto o cinema continua a ser "um bem cultural extremamente enriquecedor".

O contributo público do cinema para as sociedades atuais é, aliás, o tema da conferência que abre o Arouca Film Festival e que avaliará "o papel pedagógico e interventivo" do cinema junto de diferentes comunidades.

Para essa análise, a direção do certame convidou o realizador George Felner, e também o produtor e cineasta Victor Santos, cuja carreira inclui diversas obras exibidas e premiadas a nível nacional e internacional.

A conversa contará ainda com participações como a de Luís Fardilha, que, enquanto técnico do Instituto Português do Desporto e da Juventude, tem dinamizado diferentes projetos artísticos em contexto escolar.

É nesse mesmo enquadramento que a edição de 2017 do festival prevê o lançamento do projeto "Cinema nas Escolas", com que Cineclube, Câmara Municipal e Escola Secundária de Arouca pretendem "utilizar o cinema como ferramenta de trabalho" em contexto educativo.

O programa deverá envolver as crianças e jovens do concelho de Arouca, nos seus diversos graus de ensino, apostando na pedagogia cinematográfica para facilitar "a aquisição de novos conhecimentos e competências".

Outro destaque do Arouca Film Festival deste ano é a sua oficina de "Smart Cinema", em que os realizadores com filmes a concurso serão chamados a "pegar nos seus telemóveis, idealizar um guião imaginário e captar imagens" para essa obra, tudo "durante uma visita guiada e interpretada ao centro histórico da vila".

Essa proposta está relacionada com uma tendência crescente para profissionais e amadores realizarem curtas-metragens com recurso a ‘smartphones’, explorando assim novas abordagens em termos de enquadramento, escalas de planos, realização e edição.

O objetivo da oficina é, portanto, "promover e facilitar o recurso às novas tecnologias de informação e comunicação como ferramentas privilegiadas para a captação e tratamento de imagens em vídeo".