Segundo constatou a agência AFP, na despedida ao realizador, realizada na Igreja de São Paulo (no centro de Paris), estiveram cerca de duas centenas de pessoas, entre as quais o ministro da Cultura francês,
Frédéric Mitterrand, o embaixador do Chile em França e escritor,
Jorge Edwards, e o diretor artístico do Festival de Cinema de Cannes,
Thierry Frémaux.

«O Raúl era um contador de histórias excecional, com um saber único, que amava partilhar com paixão (...). Ele transformava-nos, fazia-nos melhores, do técnico ao ator», sublinhou, em declarações à AFP, o produtor português
Paulo Branco, na presença da viúva do cineasta, Valeria Sarmiento.

Em lágrimas estava o ator francês
Melvil Poupaud, que deu os primeiros passos no cinema com onze anos em
«A Cidade dos Piratas» (1983) e depois entrou em vários filmes de Ruiz, o último dos quais
«Mistérios de Lisboa», uma adaptação da obra de Camilo Castelo Branco.

No final das cerimónias fúnebres, os presentes despediram-se de
Raúl Ruiz com palmas. O cineasta será sepultado nos próximos dias no Chile, sua terra natal, que abandonou após o golpe militar de Augusto Pinochet em 1973.

Raúl Ruiz morreu na sexta-feira, aos 70 anos, na sequência de uma infeção pulmonar.

Nascido a 25 de julho de 1941, em Puerto Muntt (Sul do Chile), o realizador chileno rodou nove longas metragens. Quando morreu preparava a décima: «As linhas de Torres», que Paulo Branco vai continuar, segundo disse o produtor português à Lusa.

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