As receitas dos cinemas norte-americanos ultrapassaram pela terceira vez consecutiva a barreira dos 11 mil milhões de dólares, mas existe uma realidade bem mais dura: isso só aconteceu porque os bilhetes estão cada vez mais caros.
Na verdade, estão a vender-se cada vez menos ingressos: de acordo com as contas do Box Office Mojo, 2017 voltou a ser de quebra e é preciso recuar até 1992 para encontrar um ano em que menos americanos foram às salas. Terão sido vendidos 1,239 mil milhões de bilhetes, uma descida de 6% em relação a 2016, um declínio progressivo que surge numa altura em que pessoas têm cada vez mais ofertas de entretenimento disponíveis.
Por comparação, mais de 1,4 mil milhões de ingressos foram vendidos há apenas dez anos.
"Os estúdios estão a ficar para trás pela simples razão de que confiam em sequelas e remakes, e a maioria delas não estão a ser bem recebidas. As audiências continuam a fugir em massa para o streaming para o conteúdo estimulante e isso não parece que irá mudar em 2018 ou num futuro próximo", disse recentemente à Business Insider Jeff Bock, um analista da Exhibitor Relations
Graças ao sucesso de "Star Wars: Os Últimos Jedi" e "Jumanji: Bem-Vindos à Selva" em dezembro, as vendas de bilhetes de 2017 chegaram aos 11,2 mil milhões, uma descida de 2,3% em relação ao ano passado.
Há apenas alguns meses, os analistas antecipavam um desfecho catastrófico para 2017 porque as receitas do verão ficaram pelos 3,7 mil milhões, abaixo pela primeira vez numa década dos quatro mil milhões, e 14% menos do que em 2016, de acordo com os dados do Box Office Mojo.
Filmes como "Marés Vivas", "Rei Artur: A Lei da Espada", "Transformers: O Último Cavaleiro", "A Múmia", "Piratas das Caraíbas: Homens Mortos Não Contam Histórias" e "A Torre Negra" foram grandes fracassos dessa temporada nos EUA.
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