A vida de Brittany Maynard, que se tornou um dos principais símbolos da morte assistida, vai receber o tratamento de Hollywood.

O seu viúvo estará envolvido no projeto e não existem ainda atores envolvidos.

Uma psicóloga que cumpriu voluntariado ensinado em vários países asiáticos, Brittany Maynard decidiu colocar termo à sua vida depois de lhe ter sido dito no início de 2014 que tinha seis meses de vida por causa de um cancro no cérebro.

Ela própria decidiu o momento: iria resistir até 1 de novembro, a tempo de festejar o aniversário do marido, mas antes de 19 de novembro, quando ela própria faria 30 anos.

Para o fazer, ela e a família, incluindo os pais, mudaram de residência da Califórnia para Portland, no Oregon, um dos três estados dos EUA onde existe legislação que permite a morte assistida.

Aí acabou por se juntar à organização Compaixão & Escolhas para criar um fundo com o seu nome destinado a tentar legalizar o auxílio para morrer em estados onde atualmente é ilegal.

O seu caso tornou-se muito mediático e perto da data revelou que não voltaria atrás na decisão de morrer com auxílio médico mas que se sentia melhor e talvez isso não acontecesse a 1 de novembro.

'Não sou suicida', escreveu num blogue na CNN. ' Não quero morrer. Mas estou a morrer. E quero morreu nos meus próprios termos'.

Foi isso que aconteceu na data prevista e 24 horas depois a CNN publicou o seu ensaio “O meu direito a morrer com dignidade aos 29”, onde explicava a sua decisão por saber o que a doença lhe faria ao corpo em fase avançada.

'Uma vez que o resto do meu corpo é jovem e saudável, é provável que aguente fisicamente durante muito tempo, mesmo que o cancro esteja a consumir o meu cérebro. Provavelmente iria sofrer no hospital durante semanas ou até meses. E a minha família teria de ver isso. Não queria esta perspetiva de pesadelo para a minha família, portanto comecei a pesquisar morte com dignidade. É uma opção de colocar termo à vida para pessoas mentalmente sãs e doentes em fase terminar com um prognóstico de vida de seis meses ao menos".

Antes da sua morte, Maynard gravou um depoimento para ajudar a criar legislação para casos como o seu na Califórnia, que acabou por ser aprovada em outubro de 2015 e entrou em vigor a 9 de junho deste ano.