A Câmara de Coimbra afirmou hoje que é totalmente sensível à continuidade do projeto da Casa da Esquina “Crianças em Ação”, que leva a experiência do cinema aos mais novos, e que irá apoiar a iniciativa em 2024.
No dia 14, a coordenadora do projeto admitiu que a iniciativa estava em risco de parar por falta de garantias de apoio financeiro da Câmara de Coimbra, numa altura em que tinha cada vez mais escolas do 1.º ciclo da rede pública interessadas no projeto.
“O município é totalmente sensível à continuidade do projeto ‘Crianças em Ação’, pelo que, através de um esforço conjunto entre a Divisão de Cultura e a Divisão de Educação, vai apoiar o projeto no próximo ano”, afirmou hoje fonte oficial da autarquia, em resposta escrita enviada à agência Lusa.
Na resposta, a Câmara de Coimbra salientou que em janeiro deu conta à Casa da Esquina de que só estava em condições de assegurar a verba declarada para efeitos de candidatura à Direção-Geral das Artes, que seria de 30 mil euros, não tendo disponibilidade para apoiar diretamente o “Crianças em Ação”.
Em março, o Departamento de Cultura e Turismo foi sensível “à expectativa” da Casa da Esquina e, face às dificuldades financeiras e ao facto de o projeto se inserir “no eixo cultura-educação”, optou por apoiar o projeto em 5.000 euros.
“Assim, aquando das candidaturas das associações à atividade permanente, a Casa da Esquina inscreveu este projeto na sua candidatura, que foi avaliado e majorado, pelo que a associação recebeu 35.000 euros ao abrigo deste concurso”, esclareceu o município, realçando que não voltou a receber qualquer outro contacto da associação sobre o projeto.
A Câmara de Coimbra salientou ainda que, neste ano, a Casa da Esquina obteve o “maior apoio financeiro de sempre da parte do município”, dando conta do histórico dos últimos dez anos, em que os valores, com exceção de 2021 e 2022 (14.500 euros e 12.500 euros, respetivamente), são sempre inferiores a dez mil euros anuais.
Segundo a coordenadora do "Crianças em Ação", Sara Seabra, o projeto contempla quatro oficinas dadas a cada turma, três delas de hora e meia e uma última de um dia inteiro.
“Colocamos as crianças em contacto com a história e a estética dos primórdios do cinema. Há oficina em que mexem em película de filmes, pegam nos fotogramas, pintam-nos, reprojetam. É um conjunto de atividades com um impacto sensorial e estético forte nas crianças”, salientou a responsável, que admitiu esperar que esta abordagem inicial deixe “a sementinha do gosto pelo cinema plantada e enraizada”.
Na quarta oficina, que decorre durante um dia inteiro, as crianças fazem “um exercício fílmico”, em que animam bonecos articulados, gravam a sonoplastia e, da parte da tarde, colam o som com a imagem.
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