Dos 268 cineastas com filmes premiados com as principais distinções do festival (nos últimos anos, a Palma de Ouro, o Prémio do Júri e o do Grande Júri), onze foram mulheres, o que representa 4% do total, segundo uma contagem da AFP.

A neozelandesa Jane Campion é a única a ter levado a Palma de Ouro com "O Piano" (1993).

A iraniana Samira Makhmalbaf foi, por sua vez, recompensada com o Prémio do Júri no ano 2000 ("O Quadro Negro") e em 2003 ("Às cinco da tarde").

A última contemplada foi a italiana Alice Rohrwacher, Grande Prémio em 2014 por "O País das Maravilhas".

Quanto aos prémios para melhor realização e argumento, quatro mulheres foram galardoadas entre 111 contemplados, ou seja, 3,5%. E metade destes prémios foram atribuídos no ano passado: a americana Sofia Coppola, como melhor realizadora por "The Beguiled", e a britânica Lynne Ramsay, com melhor argumento por "A Beautiful Day".

Nomeações

Poucos prémios resultam de poucas nomeações. Entre os mais de 1.780 cineastas com filmes selecionados desde 1946, destacam-se 83 realizadoras, o que representa apenas 4,7% das nomeações.

Este ano, três mulheres entre 21 cineastas competirão na mostra oficial, confirmando a tendência dos últimos quatro anos: uma realizadora a cada sete cineastas.

Mas em seleções relativamente recentes, como 2012 e 2010, só havia filmes dirigidos por homens.

O festival argumenta em sua defesa dizendo que a seleção oficial é apenas um reflexo da baixa representação das mulheres ao comando de filmes.

Júri

Este ano, a atriz australiana Cate Blanchett estará à frente do júri, sendo a 12ª presidente mulher em 71 edições e a primeira desde Jane Campion, em 2014.

Estará acompanhada de quatro mulheres e quatro homens, uma paridade mantida desde 2013.

No total, houve 172 mulheres membros do total de 747 pessoas que integraram todos os júris, isto é, mais de uma pessoa em cada cinco. O sexo feminino esteve ausente em duas ocasiões (1947 e 1954).