É oficial: Conan O’Brien será o anfitrião da 97.ª cerimónia dos Óscares.
O lendário apresentador de TV e comediante será o único condutor da grande noite de Hollywood a 2 de março de 2025, anunciaram hoje os responsáveis da Academia de Hollywood.
Para os seus muitos fãs, o regresso a um grande canal, a ABC, e o convite para um dos eventos que continua a juntar mais audiências a nível nacional e internacional, é uma distinção que chega com muito atraso: Conan O’Brien, atualmente com 61 anos, é uma das figuras de vanguarda da comédia nos EUA desde o final da década de 1980, primeiro como argumentista para os programas "Saturday Night Live" e "Os Simpsons", e a partir de 1993 como apresentador do "Late Night with Conan O'Brien" (1993–2009), no canal NBC, onde se consagrou como uma das vozes mais originais, inventivas e estimulantes dos programas de "late-night" dos EUA.
Após suceder a Jay Leno como apresentador do mítico "The Tonight Show with Conan O'Brien" (2009–2010), uma passagem conturbada que durou poucos meses, reinventou-se no canal por cabo TBS com o programa "Conan" (2010–2021) e com o sucesso do podcast "Conan O'Brien Needs a Friend" (desde 2018), parte de um império no setor dentro da marca "Team Coco".
Muito elogiado anfitrião das cerimónias dos Emmys em 2002 e 2006, e dos MTV Movie Awards em 2014, Conan O'Brien continua a relação da Academia com os apresentadores de "late-night", que começou com Johnny Carson (cinco vezes anfitrião entre 1979 e 1984) e continuou com David Letterman (1995), Jon Stewart (2006 e 2008) e Jimmy Kimmel (quatro vezes entre 2017 e 2024).
Trata-se, portanto, de um 'insider' da indústria, o que o ajudará a relacionar-se com uma audiência de estrelas nervosas, e com grande experiência numa função sujeita a cada vez maior pressão das reações imediatas nas redes sociais, que tornaram estes programas polarizadores e pouco atrativos para os comediantes.
Segundo a imprensa norte-americana, a escolha surpreendeu e pesou na decisão o comediante não ser conhecido pelo humor político, com é o caso de figuras como Stewart, Kimmel, Steven Colbert e Seth Meyers: uma fonte que acompanhou este processo disse ao Deadline que a Academia quer afastar-se desse tipo de polémicas, principalmente com o anunciado regresso de Donald Trump à Casa Branca.
“Estamos entusiasmados e honrados por ter o incomparável Conan O’Brien como apresentador dos Óscares este ano”, disseram o presidente executivo e a presidente da Academia no comunicado oficial.
Bill Kramer e Janet Yang, acrescentaram: “Ele é a pessoa perfeita para ajudar a liderar a nossa celebração global do cinema com o seu humor brilhante, o seu amor pelo cinema e sua experiência na TV em direto. A sua notável capacidade de se relacionar com o público juntará os espectadores para fazer o que os Óscares têm de melhor: homenagear os filmes e os cineastas espetaculares deste ano”.
Menos 'efusivo', o comediante é citado a dizer "A América exigiu isto e agora está a acontecer: o novo Cheesy Chalupa Supreme da Taco Bell. Noutras notícias, vou apresentar os Óscares".
Foi também divulgado um vídeo oficial nas redes sociais.
Segundo notícias de julho, Kimmel recusou regressar como anfitrião pela quinta vez.
A seguir, a Academia terá ouvido um "não" de John Mulaney, um dos comediantes mais procurados nos EUA, que conquistou a exigente comunidade de Hollywood durante os Governors Awards (os Óscares honorários) em janeiro, e na apresentação de uma categoria na cerimónia de 10 de março.
Em outubro, ficou a saber-se que na potencial lista da Academia para atrair os espectadores estiveram Ryan Reynolds e Hugh Jackman, os protagonistas do grande sucesso de bilheteira do verão "Deadpool & Wolverine", uma dupla que seria integrada num grupo de estrelas que funcionariam como anfitriões rotativos, sozinhos ou em par.
Reynolds assumiu publicamente que gostaria de fazer essa experiência com Jackman, mas não no ano que vem, justificando com a família e a extenuante campanha de promoção do seu filme.
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