
A atriz e cantora francesa Danielle Darrieux faleceu na terça-feira aos 100 anos, depois de participar em mais de uma centena de filmes, interpretando com frequência personagens muito elegantes.
A atriz morreu em casa, no noroeste da França. O estado de saúde "tinha-se deteriorado um pouco recentemente após uma queda", afirmou à agência AFP o seu companheiro, Jacques Jenvrin.
A sua carreira de oito décadas é uma das maiores na história do cinema: a estreia aconteceu com "O Baile" em 1931, quando tinha 14 anos, e a despedida com "Pièce Montée" em 2010, aos 93.
Arquétipo da beleza da sua geração, loura e delicada, a sua carreira evoluiu dos papéis de jovem ingénua em musicais e comédias para papéis mais dramáticos em dramas históricos e melodramas.
Durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhou durante a ocupação nazi da França, inclusive para o estúdio Continental, dirigido pelos alemãs, o que a levou a ser chamada de colaboracionista.
Apesar disso, após a libertação pelos aliados, continuou a acumular sucessos, destacando-se vários filmes às ordens de Max Ophüls: "A Ronda" (1950), "O Prazer" (1952) e "Madame de..." (1953).
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Entre outros os filmes relevantes estão "Mayerling" (1936), ao lado de Charles Boyer, "Abuso de Confiança" (1937), "Katia" (1938), "Regresso ao Lar" (1938), "Porque Bates, Coração?" (1940), "Primeiro Rendez-Vous" (1941), "La Vérité sur Bébé Donge" (1952), "Adeus, Mr. Dupont" (1953), "Vermelho e Negro" (1954), "L'amant de lady Chatterley" (1955), "Landru" (1963), "As Donzelas de Rochefort" (1967), um encontro com o realizador Jacques Demy que repetiu em "Um Quarto na Cidade" (1982), e ainda "O Local do Crime" (1986), às ordens de André Téchiné.
Mais recentemente, entrou em "8 Mulheres" (2002), de François Ozon, e foi a voz da avó na aclamada animação "Persépolis" (2007).
Em inglês, filmou por exemplo "Uma Francesinha em Nova Iorque" (1938), "Rica, Jovem e Bonita" (1951), "O Caso Cícero" (1952), este às ordens de Joseph L. Mankiewicz, "Alexandre, o Grande" (1956) e "Aconteceu naquele Verão" (1961).
Darrieux casou três vezes, com o cineasta Henri Decoin, o milionário Porfirio Rubirosa e o argumentista Georges Mitsinkidès, que faleceu nos anos 1990. Com este último, adotou um filho, que morreu pouco depois do marido.
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