Leonardo DiCaprio e Meryl Streep a falar em português? Vin Diesel? Em breve, será uma realidade.

Em concertação com as distribuidoras, as grandes salas de cinema portuguesas esperam gradualmente deixar de exibir os filmes originais legendados até 2022, apostando na sua dobragem.

A ausência das versões originais dos filmes de animação sem que isso se reflita no número de espectadores ou nas receitas, bem como investimentos bem sucedidos na dobragem das sagas "Harry Potter" e "Homem-Aranha", estão na base na decisão, que tem o apoio do governo e de vastos setores da cultura portuguesa.

Esta política não será implementada nas salas independentes e de pequena dimensão, que se dedicam principalmente à exibição de títulos europeus e asiáticos, subsidiados pela União Europeia.

Num setor dominado de forma esmagadora pelos filmes americanos, as distribuidoras e proprietários das salas também esperam contornar as elevadas taxas alfandegárias que a União Europeia impõe aos filmes fora do seu território pois a dobragem é subsidiada pelo Programa MEDIA, o programa de apoio ao setor audiovisual europeu.

Distribuidoras e salas de cinema também acreditam que vão conseguir conquistar novos espectadores.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), baseados no Censos de 2011, há cerca de meio milhão de analfabetos em Portugal, o que nos coloca no topo da tabela dos países europeus com maior taxa de analfabetismo. A maioria é idosa e vive em zonas do interior, mas 30 mil ainda estão em idade ativa.

Portugal é, a par da Grã-Bretanha e dos países nórdicos, um dos poucos na Europa Ocidental onde ainda não está implementada de forma generalizada a política da dobragem.

Mapa da Europa e as formas de exibir os filmes (a azul os que apostam na dobragem apenas as animações, a vermelho os que o fazem de forma generalizada)

ESTA NOTÍCIA FOI A NOSSA MENTIRA DE 1 DE ABRIL.