Há mais de 50 anos que Clint Eastwood trabalha quase exclusivamente com o estúdio Warner Bros., mas o seu estatuto de intocável pode ter os dias contados após o recente acordo de fusão entre a Discovery e a WarnerMedia.

Segundo um artigo do Wall Street Journal [WST, de acesso pago], o novo CEO da multinacional colocou em causa a decisão de dar luz verde a "Cry Macho - A Redenção", o mais recente filme da lenda do cinema, que custou 33 milhões de dólares e arrecadou apenas 15,5 milhões de receitas de bilheteira a nível mundial.

Descrito como um homem "não especialmente paciente", David Zaslav prometeu cortar cerca de três mil milhões de dólares em custos. Foi ele que decidiu fechar a plataforma de streaming CNN+ pouco depois do seu lançamento e cancelou os planos para "The Wonder Twins", um filme do Universo Cinematográfico DC para a HBO Max que tinha um orçamento de 75 milhões de dólares.

Apesar de estar a poucos dias de festejar 92 anos sem dar sinais de se querer reformar, Clint Eastwood pode vir a ser uma vítima deste novo regime: o CEO terá perguntado à liderança do estúdio Warner Bros. qual a razão para ter financiado "Cry Macho" se sabia que não seria rentável.

Segundo o WSJ, o estúdio terá respondido que se sentia em dívida com Eastwood por causa da relação de décadas e a capacidade consistente do cineasta de fazer filmes dentro do orçamento e cumprindo os prazos.

Em reação, Zaslav terá então citado uma frase famosa do filme "Jerry Maguire" (1996), com Tom Cruise: "It’s not show friends, it’s show business".

Numa tradução aproximada ao espírito original, "Não é a indústria dos amigos, é a indústria do entretenimento". Ou seja... "amigos, amigos, negócios à parte".

Trailer "Cry Macho".