
Para alguns, a COVID-19 pode ter sido a oportunidade para avançar com planos há muito adiados.
Mas Spike Lee e outros dois cineastas de renome mundial não conseguiram escrever o que quer que fosse para avançar com novos projetos.
Nas últimas semanas, Spike Lee esteve ocupado com a promoção do seu novo filme "Da 5 Bloods: Irmãos de Armas" para a Netflix e ainda uma curta-metragem à volta da mortes de George Floyd e Eric Garner às mãos de polícias, comparando-as à de Radio Raheem, personagem do seu filme "Não Dês Bronca" (1989).
Mas o realizador revelou que a quarentena forçada e respetiva disponibilidade não se traduziram numa explosão criativa, mas num bloqueio.
"Não escrevi uma palavra durante toda esta pandemia", contou numa entrevista à revista Entertainment Weekly.
Mas acrescentou que não era caso único: Spike Lee dá aulas na Universidade de Nova Iorque e convidou para aulas por Zoom os também argumentistas e cineastas Jim Jarmusch ("Flores Partidas", "Paterson") e Sam Mendes ("Beleza America", "1917), que têm o mesmo problema.
"Portanto, existem três - eu, Sam e Jim -, não escrevemos uma única palavra. Não temos mais nada para fazer. Vamos de três para quatro meses parados", indicou.
Não é a primeira vez que Spike Lee, de 63 anos, se mostra pessimista com a situação.
No início de junho, admitiu que é muito provável que não volte a entrar numa sala de cinema enquanto não existir uma vacina para a COVID-19.
"Sei que não vou a um cinema. Sei que não vou a um espetáculo da Broadway. Sei que não vou a um jogo de basebol no Yankee Stadium [Nova Iorque]", partilhou com a Vanity Fair.
Um novo projeto, uma adaptação da banda desenhada "Prince of Cats", ia avançar este verão, mas foi suspenso por causa da pandemia.
"A Corona é uma cabra. A Corona não está a brincar. Se fazes asneira, vais acabar morto, vais morrer. Não estou pronto para ir", explicou.
"Da 5 Bloods: Irmãos de Armas" está disponível na Netflix desde 12 de junho.
VEJA O TRAILER DE "DA 5 BLOODS".
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