Quem viu a estreia ao lado de Bob Hoskins na mini-série da BBC «David Cooperfield» em 1999 notou-lhe o talento precoce, quando tinha 10 anos. Um dos espectadores foi Chris Columbus, realizador escolhido para comandar a adaptação cinematográfica do mega-sucesso literário «Harry Potter e a Pedra Filosofal», que ficou absolutamente convencido de que tinha encontrado em Daniel Radcliffe o ator ideal para o papel do jovem feiticeiro.
Quando o produtor David Heyman quis que fizesse testes, os pais, eles próprios antigos atores infantis, recusaram ao saber que iam ser feitos seis filmes, todos rodados em Los Angeles, e só foram convencidos com a promessa de que o filho seria protegido dos «media». Após meses de testes, a escolha tornou-se oficial.
Como hoje se sabe, graças a Heyman «Harry Potter», não obstante os diferentes realizadores, tornou-se uma eficiente máquina de produção, capaz de adaptar os gigantescos livros de J.K. Rowling para sete filmes em 10 anos. Mas em 2000, o estúdio estava convencido que não poderia manter o trio original, formado por Radcliffe, Rupert Grint e Emma Watson, durante toda saga e ofereceu ao primeiro contrato para os dois primeiros filmes, que seriam rodados em Inglaterra. Os contratos para os que se seguiram tornaram-no um dos jovens mais ricos da Grã-Bretanha.
As opiniões sobre o seu trabalho enquanto Harry Potter estão longe de ser consensuais. O próprio reconhece que não suporta ver os primeiros filmes e que mesmo o seu trabalho em «Harry Potter e o Príncipe Misterioso» (2009) deixa muito a desejar. Mas Radcliffe, que ainda se estreou no cinema com «O Alfaiate do Panamá» (2001), procurou libertar-se das limitações da personagem em 2007, com o filme «Os Rapazes de Dezembro» e principalmente a peça «Eqqus», onde gerou polémica a sua presença nu em palco.
No segundo semestre de 2010, com a conclusão da rodagem das duas partes de «Os Talismãs da Morte», Daniel Radcliffe estava pronto para novos desafios na sua carreira e o primeiro, o gótico de terror «A Mulher de Negro», ajudou-o a conquistar um novo respeito de alguns que nunca o tinham considerado um intérprete talentoso enquanto Potter.
A elogiada série «Diário de Um Jovem Médico», ao lado de Jon Hamm, e agora «Cornos», em estreia nas salas portuguesas, desmentem os que diziam que a sua carreira terminaria com a conclusão da história da personagem a que deve fama e fortuna. Na verdade, como uma das estrelas do muito aguardado «Victor Frankenstein» e o protagonismo em «Trainwreck», de Judd Apatow, bem como a sequela de «Mestres da Ilusão», vamos ouvir falar muito deste jovem ator que já está muito rodado, mas só tem 25 anos...
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