Nem Patrick Stewart gosta da sua despedida (no cinema) como Jean-Luc Picard em "Star Trek: Nemesis" em 2002 e Tom Hardy, num dos seus primeiros grandes papéis, não causou uma boa impressão.

Na sua nova autobiografia "Making It So", o ator britânico de 83 anos descreve o filme como "especialmente fraco" em comparação com o "Star Trek: O Primeiro Contacto" (1996), o segundo filme que juntou o elenco que veio da série televisiva do final dos anos 1980.

"Não tinha uma única cena emocionante para fazer e o ator que interpretou o vilão do filme, Shinzon, era um jovem estranho e solitário de Londres. O nome dele era Tom Hardy", escreve.

Patrick Stewart admite que chegou a confidenciar aos seus colegas mais próximos no elenco que achava que o jovem britânico nem sequer teria uma carreira.

"O Tom não se relacionava com nenhum de nós a nível social: nunca disse ‘bom dia’, nunca disse ‘boa noite’ e passou as horas em que não era preciso no set na sua autocaravana com a namorada. Não era de forma alguma hostil – era apenas um desafio estabelecer qualquer relacionamento com ele. Na noite em que o Tom terminou a sua participação, saiu tipicamente sem cerimónia ou subtilezas, simplesmente saiu pela porta. Enquanto ela fechava, disse baixinho ao Brent [Spiner] e ao Jonathan [Frakes], ‘E lá se vai alguém de quem acho que nunca mais ouviremos falar’”.

Perante o que aconteceu alguns anos depois, admite que "não nada lhe dá mais prazer" do que admitir que se enganou completamente.

"Ele floresceu em sucessos de bilheteira como 'Inception', 'O Cavaleiro das Trevas Renasce', 'The Revenant', 'Mad Max: Estrada da Fúria' e 'Lendas do Crime', sem esquecer a série televisiva 'Peaky Blinders', reconhece.

Mas foi uma produção britânica independente de 2013 que causou maior impressão no veterano dos palcos, cinema e TV.

"No entanto, o meu filme preferido é 'Locke', no qual ele é o único ator no ecrã, a conduzir um carro durante quase toda a duração do filme enquanto atende as chamadas de personagens com as vozes de atores como Olivia Colman, Ruth Wilson e Tom Holland. Adoraria jantar um dia com ele para perceber o que se passa dentro daquele cérebro", concluiu.