O filho do Jack Kirby, co-criador do Capitão América, ficou "horrorizado" e "enojado" ao perceber que havia manifestantes a invadir o Capitólio em Washington a 6 de janeiro a usar camisolas, escudos e capacetes do super-herói.

Pior ficou quando fez uma pesquisa online e percebeu que os andavam a ser associados a Donald Trump em "t-shirts, cartazes e até uma bandeira".

"O Capitão América é a antítese absoluta de Donald Trump. Onde o Capitão América é altruísta, Trump é egoísta. Onde o Capitão América luta pelo nosso país e democracia, Trump luta por poder pessoal e autocracia [...] O Capitão América e Trump não podiam ser mais diferentes", garantiu Neal Kirby numa declaração ao jornalista Jack Tapper da CNN.

A mensagem foi partilhada posteriormente por Chris Evans, que interpretou a personagem nos filmes da Marvel.

"Ele foi criado por dois judeus de Nova Iorque que odiavam nazis e rufias. O Capitão América defendia os oprimidos [...] e o que era justo e nunca desistiu", recordou.

"O meu pai, Jack Kirby, e Joe Simon, os criadores do Capitão América e veteranos da Segunda Guerra Mundial, ficariam absolutamente enojados com estas imagens. Elas são um insulto às memórias de ambos", revela noutra passagem da declaração.

O comunicado de Neal Kirby surge ao mesmo tempo que a Marvel voltou a ser pressionada nas redes sociais para abandonar o símbolo da caveira de Frank Castle/Punisher, que também foi usado pelos revoltosos na tarde de 6 de janeiro, tal como aconteceu com polícias durante os protestos Black Lives Matter do último verão.

A utilização abusiva também foi condenada nas redes sociais por Jon Bernthal, que interpretou o anti-herói na série da Netflix durante duas temporadas entre 2017 e 2019.

"Estas pessoas estão equivocadas, perdidas e com medo. Não têm nada a ver com o que o Frank defende ou representa", escreveu em resposta a uma pessoa que partilhou arte da personagem e dizia que continuava a ser fã independentemente da "quantidade de malucos que roubam o seu símbolo".

"Não percebem o que verdadeira simboliza. Se soubessem, não o usariam. E não vou deixar que eles mo tirem", garantia o fã.