Já viu trailers de futuros filmes e de repente a música parecer-lhe familiar? Talvez fosse de «Braveheart»? «Requiem for a Dream»? «Mar de Chamas»? «Gladiador»?
O primeiro trailer de um filme costuma ser lançado ainda antes deste estar completamente terminado, o que significa que o mais provável é que ainda não existam acordes de uma banda sonora final.
Para contornar essa situação, os estúdios recorrem às composições de filmes antigos ou aos clássicos de Beethoven ou Mozart. E o estratagema não é desinteressado: a familiaridade de uma música pode funcionar a nível do subconsciente e beneficiar o novo filme.
Os estúdios pagam direitos por essa utilização, mas agora um processo da federação americana de músicos alega que Hollywood está a reciclar partes de bandas sonoras antigas em termos que violam os termos de um acordo coletivo de 2010 que rege essa prática: em novos filmes e até episódios de séries de TV.
O processo coloca em partes opostas a federação e os poderosos estúdios Fox, Universal, Disney, Warner Bros., Paramount e Columbia.
O extenso processo que entrou num tribunal de Los Angeles (que pode ser lido
aqui) lista vários exemplos, como a utilização de um minuto e 10 segundos da música de «Titanic» (1997) em «Guerra é Guerra» (2012) ou os dois minutos e 23 segundos de «Encontros Imediatos do 3º Grau» (1977) que se ouvem em «Um Segredo do Passado» (2013), bem como os oito segundos de «Tubarão (1975) que estão em «Não Há Família Pior!» (2010), os 33 segundos de «O Náufrago» (2000) que passam em «A Melhor Despedida de Solteira» (2011) ou os 35 segundos de «Batalha pelo Planeta dos Macacos» (1973) que surgem em «Argo» (2012).
A banda sonora de um filme só pode ser usada nesse filme, embora os acordos da indústria permitam a utilização de dois minutos de música não associada a essas imagens desde que sejam pagos alguns direitos, o que não foi o que aconteceu nos casos que são citados.
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