A passagem de Pedro Mexia a Director Interino da
Cinemateca Portuguesa anunciou a saída de cena de
Bénard da Costa. Problemas de saúde impediam-no de continuar no cargo. João Bénard da Costa nasceu a 7 de Fevereiro de 1935, em Lisboa, e morreu hoje.
Começou como dirigente cineclubista enquanto ocupava também o cargo de presidente da Juventude Universitária Católica e, depois de completar o curso de Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1959, foi convidado por Delfim Santos para seu assistente naquela faculdade.
Apesar de ter dado aulas de História e Filosofia, no Seminário Menor de Almada, no Externato Frei Luís de Sousa da mesma cidade, no Liceu Luís de Camões e no Colégio Moderno, entre 1959 e 1965, o seu percurso no mundo académico viria a ser interrompido pela intervenção da PIDE.
O próprio admitiu numa crónica do
Público que tinha passado
«mais de metade da sua vida no ofício de cronista». Começou no
Expresso, passou pelo
Diário de Notícias, em 1988 mudou-se, a pedido de Paulo Portas e Miguel Esteves Cardoso para
O Independente, onde passou a escrever sobre
«Os filmes da sua vida».
Ao longo da sua vida também desempenhou pequenos papéis no cinema, em filmes de
João César Monteiro ou de
Manoel de Oliveira, de quem era amigo. O seu nome nunca aparecia nos créditos. Era sempre
Duarte de Almeida e não Bénard da Costa quem por lá surgia.
E os prémios também não faltaram. Foi homenageado com o prémio Pessoa em 2001 e recebeu de Mário Soares a ordem do Infante D. Henrique. Internacionalmente, foi reconhecido na França que o instituiu como
«Officier des Arts et des Lettres».
Publicou várias obras, entre as quais monografias sobre
Alfred Hitchcock ou
John Ford.
Bénard da Costa deixa um legado imenso na história do cinema português e um nome incontornável no meio da Sétima Arte. Na Cinemateca Portuguesa deixa a sua segunda casa.
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