James Deen, um premiado ator de filmes pornográficos que se tornou famoso porque a sua imagem normal contrastava com o estereótipo na indústria adulta e recentemente foi acusado de agressão sexual por várias colegas, enfrenta novos problemas legais.

As autoridades vão acusar a produtora James Deen Productions, também conhecida por Third Rock Enterprises, de violar a chamada "lei do preservativo" e outras normas de segurança, colocando os seus atores pornográficos vulneráveis a doenças sexualmente transmissíveis.

A divisão de segurança e saúde da Califórnia propõe uma multa de 77.875 dólares, ligeiramente acima de 70 mil euros, alegando que a produtora não disponibilizou preservativos, vacinas ou exames médicos a funcionários, desta forma obrigando-os a trabalhar em "condições perigosas" e expostos à hepatite B, sida e outras infeções.

O estado da Califórnia alega que as atuais leis de saúde obrigam ao uso de preservativo na indústria adulta, mas viu reprovada uma proposta para passar legislação a tornar essa disposição mais clara.

Ela também teve a oposição dos atores e outros representantes, que alegam que o uso não é obrigatório e que já existem normas de proteção suficientes.

James Deen, que entrou em "Vale do Pecado" (2013), de Paul Schrader, ao lado de  Lindsay Lohan, tem mais de 1300 créditos no cinema pornográfico e um dia comentou que tinha essa ambição desde o jardim de infância.

No entanto, o seu impacto ultrapassava essa indústria: dava entrevistas a revistas de grande circulação e era convidado para palestras em universidades sobre relacionamentos, sexualidade, uso de preservativos e outros métodos de contraceção e até legislação.

A imagem enquanto embaixador caiu a pique quando três atrizes pornográficas avançaram em novembro de 2015 com acusações de agressão sexual: Deen negou tudo, mas outras profissionais vieram a público com novas alegações e subsequentemente vários grupos da indústria afastaram-se do ator.