O Festival de San Sebastián e a Cinemateca Espanhola vão dedicar uma retrospetiva ao cinema sul-coreano, com a exibição de mais de 20 obras marcantes daquele país, criadas nos anos 1950 e 1960, anunciaram hoje as instituições.

O comunicado das duas entidades é revelado na semana em que o filme “Parasitas”, de Bong Joon-ho, fez história ao vencer o Óscar de Melhor Filme, tornando-se na primeira obra numa língua que não o inglês a conquistar o galardão.

“O ciclo centra-se na chamada ‘era dourada’ do cinema sul-coreano, quando, apesar da precária situação económica em que o país se encontrava depois da Guerra da Coreia e do controlo da ditadura militar de Park Chung-hee, se desenvolveu uma indústria cinematográfica capaz de satisfazer a exigência de um cinema popular para o grande público e de consolidar as carreiras de realizadores de diferentes estilos e inquietudes”, adiantou o documento.

O conjunto de obras escolhidas começa com “Mimangin” (“A Viúva”, em tradução livre do título inglês), de Park Nam-ok, realizado em 1955, e abrange trabalhos criados até 1967, última data do ciclo, com “Hong Gil-dong” (“Uma História de Hong Gil-dong”), de Shin Dong-hun.

Pelo meio, encontram-se filmes que são “dos mais emblemáticos da época”, como “Hanyo” (“A criada”), de Kim Ki-young, “considerada uma das obras-primas da história do cinema sul-coreano”, e que Bong Joon-ho disse ter sido uma das principais influências para “Parasitas”.

O 68.º Festival de Cinema de San Sebastián vai decorrer entre 18 e 28 de setembro.

Os filmes da retrospetiva vão ser exibidos primeiro no evento basco e, em seguida, na Cinemateca Espanhola, em Madrid, entre outubro e novembro.

Em dezembro e janeiro, a Cinemateca Portuguesa dedicou uma retrospetiva ao cinema de Hong Sang-soo, o realizador de "Hahaha", premiado em Cannes, em 2010, na secção Un Certain Regard, e de "Tu e os Teus", a que o júri do festival de San Sebastián deu o prémio de melhor realizador, em 2016.