Por estes dias, "Misconduct" está a ter mais promoção do que em qualquer período antes de chegar às salas de cinema.
O filme com Al Pacino e Anthony Hopkins tornou-se notícia por ter sido visto por quase ninguém na estreia na Grã-Bretanha a 3 de junho: as receitas foram de apenas 97 libras [123,5 euros] nos primeiros três dias de exibição em cinco salas.
Como consolação, nem Londres ou outras grandes cidades receberam o filme, que também ficou disponível ao mesmo tempo em 'video on demand', mas mesmo assim, com o preço dos bilhetes nas 6,20 libras, significa que foi visto por uma pessoa por sala por dia, aproximadamente 15 no total.
Note-se que é por dia, não por sessão: com os projetores programados para começar de forma automática, se foi exibido mais do que uma vez, a sala provavelmente estava vazia.
Já nos Estados Unidos, a estreia em fevereiro também passara completamente despercebida: a receita total foi de 24 mil dólares.
Já na Coreia do Sul ainda chegou aos 900 mil dólares.
Em "Misconduct", Josh Duhamel é um advogado que leva uma companhia farmacêutica presidida por Anthony Hopkins a tribunal por fraude e acaba apanhado numa conspiração sórdida de rapto e morte. Al Pacino interpreta um dos sócios da firma de advogados.
A pergunta que agora se faz é como foi possível um filme que junta dois vencedores de Óscares ser tratado desta forma.
A maioria das críticas salienta que "Misconduct", a estreia na realização de Shintaro Shimosawa, produtor de "The Grudge - A Maldição", é péssimo.
O jornal britânico The Observer refere mesmo que "podia ser mostrado em escolas de cinema como um exemplo de como não fazer um filme". O Hollywood Reporter nota que Anthony Hopkins e Al Pacino "recordam-nos que os anos 1970 e 1980 foram há muito tempo".
A teoria com mais credibilidade é que o estúdio percebeu que o filme, que custou 11 milhões de dólares, não tinha qualidade e teve de tomar uma decisão: fazia promoção e provavelmente teria mais receitas, mas ao mesmo tempo mais custos que provavelmente tornariam o buraco financeiro ainda maior, ou controlava o prejuízo e recuperava o que podia sem gastar mais dinheiro.
No caso de "Misconduct", a opção foi despejá-lo nas salas sem grandes festejos e esquecer tudo o mais depressa possível.
Por agora, não está prevista a estreia em Portugal.
Trailer "Misconduct".
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