Antes de ser mais conhecida como Jean Gray nos filmes "X-Men" ou a esposa revoltada de Liam Neeson em "Taken", Famke Janssen foi revelada no cinema como Xenia Onatopp, uma das mais memoráveis "Bond girl" da história da saga "007": era a assassina de elite russa que tentava estrangular Bond com as suas próprias pernas em "007: GoldenEye" (1995).

A antiga modelo de sucesso de origem holandesa no final dos anos 1980 sabia que se tratava de uma grande oportunidade de carreira, já era a estreia de Pierce Brosnan como Bond, mas não estava preparada para a atenção da tabloides da época.

"007 - GoldenEye"

Passados 27 anos, a atriz recordou a experiência numa entrevista ao jornal britânico The independent: "O filme Bond definiu muita da minha relação com a imprensa. [...] Honestamente, senti como se tivesse sido atirada aos lobos. Foi um massacre de atenção, boa e má e tudo pelo meio. Sei que todos os atores do mundo julgam que podem controlar a imprensa, mas no fim de contas, a imprensa vence sempre".

"Decidi que preferia ser menos famosa e fazer as coisas à minha maneira. Isso significa que não ganho tanto dinheiro como outras pessoas. Não namoro pessoas famosas. Não estou nas redes sociais", reforça.

"Mas a fama vem com um preço, e não era um que estava disposta a pagar", esclarece.

Famke Janssen também diz que o pós-"007: GoldenEye" foi de muito trabalho: "Já tinha tido de lidar com o estereótipo de ter sido modelo, mas depois acrescentei outra coisa: modelo que se tornou atriz que se tornou 'Bond Girl'".

A atriz até recorda o exemplo da produção de "Cidade Sangrenta" (1997), em que a estrela principal não estava inicialmente nada convencida que a antiga modelo era a escolha certa para o papel pouco glamouroso de uma viúva da classe trabalhadora: "O Harvey Keitel era todo tipo, 'Consegues sequer lavar a tua própria roupa?' – esse tipo de coisa”.

"Acredite: venho do nada. Sou autodidata. Limpei casas de banho, trabalhei em bares... toda esta noção de que sou uma espécie de estrela de cinema glamourosa não é nem de perto de de longa verdadeira", defende.

"Foi uma decisão muito consciente seguir um caminho diferente. Tive que criar longevidade para mim e trabalhar no meu ofício. Teria sido muito mais famosa e ganho muito mais dinheiro se tivesse aceite o que me foi dado naqueles momentos. Mas nunca foi assim que faço as coisas", conclui.