O realizador David Zucker lamentou o estado atual da comédia em Hollywood, comparado com os anos 1980, quando dirigiu alguns dos melhores títulos tresloucados do género, como "Aeroplano!" (1980), "Ultra Secreto" (1984), " Por Favor, Matem a Minha Mulher" (1986) e dois dos três filmes "Aonde é que Pára a Polícia" (1988-1991).
Hollywood ´"está a destruir a comédia" por ter medo de ofender uma pequena percentagem de pessoas sem sentido de humor, comentou num vídeo para a PragerU, uma organização digital orientada para a produção de conteúdo educacional de orientação conservadora nos EUA.
"Podíamos ser tão ofensivos como quiséssemos", destacou sobre a sua época, que inclui ainda dois filmes "Scary Movie".
"Íamos onde estivessem as gargalhadas. Nunca pensámos que estivéssemos a ofender alguém, mas sabíamos que estávamos no rumo certo se o fizéssemos. Com o passar do tempo, foram os anos 1990 e 2000 e isso mudou… Nós nunca nos preocupámos com nada disso com os filmes ‘Aonde é que Pára a Polícia’ ou ‘Scary Movie’", reforçou.
Zucker recordou um encontro recente com a executiva de um estúdio que recusou um argumento inédito de paródia a "James Bond" e "Missão: Impossível" por incluir uma piada "muito ousada" sobre uma mulher que precisava de uma redução de peito para caber no colete de uma força policial .
"Era uma piada digerível, tão suave. Não é uma das nossas coisas mais engraçadas, mas isso foi demais. Pensei 'Se esse fosse o critério para isso, estamos em grandes apuros'. Eles estão a destruir a comédia por causa de nove por cento das pessoas que não têm sentido de humor", comentou.
O realizador recordou que nas sessões especiais que fazem do clássico "Aeroplano!" lhe perguntam sempre que o filme podia ser feito nos nossos dias: "A primeira coisa em que consegui pensar é 'claro, apenas sem as piadas'"
Mas o realizador acredita que o género não vai morrer: "Claro que a comédia está em apuros, mas acho que vai regressar. Há um pêndulo e vai balançar para trás. Gostaria de ver cineastas de comédia a fazer comédias sem medo".
Comentários