A caminho dos
Óscares 2023
"Ice Merchants", a curta-metragem nomeada aos Óscares de João Gonzalez, será lançada nos cinemas a partir de 16 de fevereiro, anunciou a distribuidora portuguesa Cinemundo.
"Com o propósito de tornar mais acessível e abrangente uma obra nacional que despertou a curiosidade dos portugueses pelo seu triunfal percurso internacional", o primeiro filme português nomeado para os Óscares, na categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação, será disponibilizado pela distribuidora "num modelo de exploração de cinema em sala inovador em Portugal", destaca o comunicado.
Ainda com detalhes por finalizar com os cinemas, a distribuidora Cinemundo confirmou ao SAPO Mag que a curta será apresentada em sessões isoladas e que está "a criar as condições para que os bilhetes possam ser comprados por um preço 'simbólico'".
Produzido pela cooperativa portuguesa COLA com Reino Unido e França, "Ice Merchants”, com 14 minutos, tem como ponto de partida a imagem de uma casa numa montanha, debruçada num precipício. A partir daí, o realizador desenvolveu a história de um pai e um filho, que produzem gelo na casa inóspita onde vivem, e de onde saltam todos os dias de paraquedas para o vender na aldeia, no sopé da montanha.
Terceiro filme de João Gonzalez, a estreia mundial aconteceu este ano na Semana da Crítica de Cannes, em França, onde foi premiado. Desde então, tem obtido vários prémios internacionais em contexto de festivais, nomeadamente na Austrália, México, Croácia e Inglaterra, que o tornavam elegível para a seleção de onde saíram os 10 finalistas.
TRAILER.
"Ice Merchants” chegou às cinco curtas de animação nomeadas para os Óscares após estar entre as 15 finalistas da categoria, onde se tinham qualificado 81 filmes.
"Foi uma surpresa muito agradável", disse o realizador a 24 de janeiro.
Questionado pela Lusa sobre se algum dia teria imaginado que “Ice Merchants” pudesse tornar-se no primeiro filme português nomeado a um Óscar, João Gonzalez respondeu: “Não, de todo”.</p>
“Comecei este filme como filme de escola, comecei a fazê-lo no meu quarto pequeno de Londres, nunca imaginei que poderia tomar este tipo de proporções. Foi uma surpresa muito agradável. Foram dois anos de trabalho, é muito gratificante, obviamente, sermos valorizados”, partilhou com a Lusa.
Embora assine o filme, João Gonzalez fala num “trabalho em conjunto”. “O filme foi possível porque tive um conjunto de gente incrível a colaborar e a nomeação é para todos eles”, afirmou, acrescentando que estão todos “muito felizes” com a nomeação.
João Gonzalez destacou o “efeito mediático grande” dos Óscares, para referir que ele e a equipa envolvida no filme veem a nomeação, “acima de tudo, como uma boa possibilidade para espalhar o cinema português, e a grande qualidade que está a viver de momento, e que já vive há bastante tempo”.
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