A declaração foi assinada por vários ministros da cultura europeus e por representantes de organismos de financiamento da indústria durante o Festival de Cinema de Sarajevo e pretende dar a volta aos números: anualmente, menos de um quinto da produção europeia tem uma mulher aos comandos.

A Europa promete com o documento facilitar o acesso de mulheres ao financiamento de filmes,  promover a sua representação no grande ecrã e fazer com que mais mulheres ocupem lugares de peso na indústria.

"As mulheres são consideravelmente subrepresentadas em trabalhos chave na indústria cinematográfica", pode ler-se na declaração que acrescenta que uma verdadeira democracia "deve fazer pleno uso das capacidades, dos talentos e da criatividade de homens e mulheres de igual forma".

A declaração exige ainda que se identiquem e combatam as causas de marginalização das mulheres no meio cinematográfico europeu.

A igualdade de género na indústria cinematográfica tem sido tema de grande discussão no último ano. Em setembro de 2014, a atriz Emma Watson fez o seu discurso sobre feminismo nas Nações Unidas que lançou a campanha "HeForShe", vários pesos pesados de Hollywood vieram mostrar o seu apoio à "causa". Até Meryl Streep escreveu uma carta ao Congresso americano para que a emenda que refere a igualdade de direitos passe a fazer parte da Constituição dos Estados Unidos.

O debate é mais abrangente e não está confinado à desigualdade na indústria do cinema mas a produção de filmes não só não foge ao retrato geral como é talvez das áreas onde a desigualdade mais é notória.

Já no mês de agosto, um estudo veio revelar que as mulheres continuam a ser uma minoria nos filmes produzidos em solo americano. Menos de um terço das personagens dos filmes em Hollywood que têm mais sucesso são femininas e as mulheres realizadoras são ainda muito um caso muito raro.