O ator de Hong Kong Jackie Chan reconheceu hoje que é "muito difícil" para os filmes chineses triunfarem além-fronteira e instou os produtores do país a não fazerem cinema "com as portas fechadas" a outros mercados.
Citado pelo portal de notícias Sina, a estrela de artes marciais assegurou que a chegada da China aos filmes de Hollywood põe mais "pressão" sobre as produções locais, mas defendeu que essa é uma influência "boa" que obriga a melhorar a qualidade do trabalho.
A China e os EUA estão a negociar um novo acordo para alargar a quota de exportação de filmes estrangeiros para a China, o segundo maior mercado de filmes do mundo.
O ator considerou que, por outro lado, as grandes produtoras norte-americanas procuram cada vez mais satisfazer os gostos do mercado chinês.
"Atualmente, Hollywood tem tendência a agradar e atender o mercado chinês", disse.
Jackie Chan falava durante uma conferência de imprensa em Pequim, por ocasião da sessão anual da Conferência Política Consultiva, órgão de consulta do Governo chinês, que integra personalidades da cultura, negócios, ciência ou desporto.
A primeira superprodução entre a China e os EUA, "A grande Muralha", protagonizada pelo norte-americano Matt Damon estreou na China em dezembro passado, mas acabou por revelar-se um fracasso comercial.
Segundo o The Hollywood Reporter, o filme dirigido por um dos mais conhecidos realizadores chineses, Zhang Yimou, registou um prejuízo de cerca de 75 milhões de dólares, após ter tido pouca bilheteira nos EUA.
Nos últimos anos, alguns dos principais grupos chineses adquiriram estúdios ou produtoras de cinema de Hollywood, numa tentativa de combater a hegemonia cultural norte-americana ao adicionar elementos chineses às produções.
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