John Cleese esteve no Festival Literário de Cheltenham a promover a sua autobiografia «So Anyway...» e mostrou que não diminuiu o seu famoso talento para o humor absurdo ou a sua acutilante visão das realidades da vida.

Prestes a fazer 75 anos (a 27 de outubro), o ator britânico e o lendário membro dos Monty Python afirmou que esperava ansiosamente a perspetiva de morrer «porque a maioria das melhores pessoas estão mortas e estarei em excelente companhia a passar um tempo maravilhoso».

E foi específico: «Só me faltam uns cinco ou seis anos e depois acabou-se - não vou ter de me preocupar com o Exército Islâmico ou a epidemia do Ébola, o que aguardo ansiosamente».

Depois de ter sido o inspetor-chefe Dreyfus em «A Pantera Cor-de-Rosa 2» (2009), Cleese não pretende usar o tempo que resta a fazer filmes e colocou completamente de parte uma sequela de «Um Peixe Chamado Wanda» (1988) e «Criaturas Ferozes» (97): «Parece-se demasiado com trabalho a sério. Ocupa dois anos e três quartos e estou muito velho para esse processo. Iria morrer se o começasse agora».

John Cleese revelou ainda que o segredo para perceber atualmente os Monty Python, «que nunca foram grandes amigos», é que todos partiram em direções diferentes: «O Michael [Palin], como sabem, faz aqueles programas de viagens que vejo sempre que não consigo dormir. O Eric Idle é muito bom em letras, portanto está a escrever canções. O Terry Gilliam está à procura de dinheiro para fazer uma das suas extravagâncias sem enredo. E o [Terry] Jonesy é simplesmente maluco - escreve livros para crianças e recentemente foi a Lisboa dirigir uma ópera sobre aspiradores».