«Tabu» chega aos cinemas franceses – seis salas em Paris e 40 espalhadas por França – pouco depois de ter sido eleito um dos dez melhores filmes de 2012 pelas revistas especializadas «Cahiers du Cinema» (França) e «Sight & Sound» (Reino Unido).
O diário francês dá destaque de capa ao filme do realizador português, diz que a obra descreve «a África fantástica», e dedica-lhe duas páginas na secção de cinema desta quarta-feira, publicando um texto de crítica e um outro escrito a partir de uma entrevista a
Miguel Gomes.
«Um filme sobre as marcas e a memória do amor, com duas faces e duas histórias, entre as quais circula um crocodilo evidente: uma falada, crónica da terceira idade e da vizinhança enraizada na Lisboa de hoje; a outra muda, drama colonial-romântico-sixties, onde calcina uma paixão adúltera, numa África ainda preta e branca», lê-se.
O «milagre misterioso de «Tabu»», acrescenta o jornal, «está na harmonia cristalina e obscura do poder de enfeitiçar aqueles a quem chega, através das distorções, dos atritos, das pausas extravagantes deste folheado de camadas de tempo entrelaçadas, onde se confundem a memória do mundo e a memória que o cinema e as canções de amor inventaram para ele».
«Tabu», uma coprodução entre Portugal, França, Alemanha e Brasil, é um filme sobre a memória e sobre o passado, focado na personagem Aurora, uma mulher que viveu amor e traição em África, e que recorda esses tempos.
Ao Libération, o realizador avança ainda estar a preparar-se para trabalhar num novo projeto, «que se chamará «Mil e Uma Noites»», e que «deverá ser um retrato muito preciso de Portugal num momento muito preciso», através «das histórias mais absurdas que surgem [no país] neste contexto de crise e agitação social».
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