Ainda há 20 anos eram organizadas excursões para lá ir ver "O Carteiro de Pablo Neruda" ou "Titanic", onde estiveram muitos meses em exibição, mas agora é apenas o edifício do "antigo cinema Mundial", na Rua Martens Ferrão, na zona de Picoas, em Lisboa, e o seu próximo destino já está traçado: vai ser vendido e o futuro proprietário pretende transformar o espaço numa superfície comercial, disse à agência Lusa um dos atuais donos.

“Está já em curso a venda do Cinema Mundial, que será transformado radicalmente, segundo nos foi informado, numa grande superfície comercial. O projeto cultural que tentámos desenvolver não conseguiu os apoios necessários e a venda tornou-se inevitável”, adiantou o ator Paulo Matos, um dos sócios da empresa Mundial-Fest, atual proprietária do edifício.

Segundo Paulo Matos, que se escusou a revelar o nome o comprador, referindo apenas tratar-se de “uma grande empresa portuguesa na área dos investimentos imobiliários e comerciais”, a escritura deverá realizar-se até ao final de maio.

Em outubro de 2015, Paulo Matos anunciou que o antigo Cinema Mundial, encerrado desde março de 2004, iria reabrir no ano passado como centro cultural e empresarial. No entanto, “com muita pena”, o projeto teve que ser abandonado porque não conseguiu reunir os apoios necessários.

Do tempo em que o edifício era um cinema ficaram três salas – uma no piso da entrada e duas no -1, andar onde há ainda uma outra sala e um bar. No primeiro piso há uma varanda e uma ‘mezzanine’. O edifício tem uma outra cave, no -2, onde funcionou uma discoteca.

Na altura do encerramento, a Lusomundo Audiovisuais, que detinha o espaço, alegou razões de segurança e a fraca afluência de público às três salas de exibição.

Em janeiro de 2005, a sala reabriu com uma peça de teatro, tendo, desde então, acolhido esporadicamente espetáculos.

A Mundial-Fest adquiriu o edifício em 2015.