O Presidente da Marvel Kevin Feige admitiu que foi um erro escolher Tilda Swinton para interpretar a feiticeira Anciã em "Doutor Estranho" (2016).

O problema não é diretamente a atriz britânica, mas por se ter tornado mais um exemplo de "whitewashing" em Hollywood: escolher alguém branco para uma personagem que não é dessa etnia.

Em inglês, a personagem "The Ancient One" não distingue masculino e feminino, mas na banda desenhada tratava-se de um homem idoso asiático e, portanto, o Ancião.

Quando a Marvel começou a trabalhar na adaptação ao cinema, quis escapar a esse estereótipo tão "ocidental". Numa primeira fase, o realizador Scott Derrickson pensou numa mulher asiática, mas sentiu que seria cair noutro estereótipo, conhecido por "Dragon Lady", em que esta é retratada como sendo mística, dominadora e enganadora.

O compromisso foi reimaginar a personagem para a etérea atriz britânica, mas a Marvel não se livrou das críticas, apesar de Kevin Feige ter defendido a opção, até pelo facto de trocar um homem por uma mulher.

A Anciã ainda regressou para um breve, mas determinante momento em "Vingadores: Endgame" (2019), mas passados cinco anos após a estreia do filme, o responsável máximo da Marvel reconhece que a situação podia ter sido tratada de outra forma.

"Achávamos que estávamos a ser tão inteligentes e inovadores. Não vamos fazer o cliché do idoso homem asiático enrugado e sábio. Mas foi um alerta para dizer, 'Um momento. Há outra forma de resolver isto? Há outra forma de não cair no cliché e escolher um ator asiático?' E a resposta para isso é, claro, sim", partilhou Kevin Feige em entrevista à Men´s Health.

Uma peça na evolução do estúdio é o filme "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis", da quarta fase do Universo Cinematográfico Marvel, pretexto para a entrevista da revista.

Visto como uma grande aposta na diversidade, acredita-se que vá ter nos espectadores asiáticos o mesmo impacto que "Black Panther" teve para os de origem negra. A estreia está prevista para 2 de setembro.

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