A empresa de comunicação e entretenimento NOS, líder na exibição comercial de cinema, apresenta esta quarta-feira o projeto Cine NOS, de parceria com autarquias para levar cinema a cine-teatros e auditórios fora dos grandes centros urbanos.

Luís Nascimento, administrador na NOS, explicou à agência Lusa que o objetivo da empresa é levar "a melhor experiência de cinema" a locais onde não há uma exibição regular e onde existem "espaços emblemáticos".

O primeiro protocolo do projeto Cine NOS é assinado hoje em Elvas, para que o Auditório de São Mateus passe a ter, a partir desta semana, três sessões semanais (sexta-feira e sábado à noite e domingo à tarde) programadas pela NOS, com filmes recentes e em linha com o que se estreia no circuito comercial.

"Hoje em Portugal, o cinema é a maior fonte de cultura e entretenimento em Portugal e trinta por cento dos bilhetes vendidos em Portugal são de cinema. A NOS é líder de exibição e tem procurado trabalhar para levar o cinema a todo o país", disse.

Sobre as condições de envolvimento das autarquias neste projeto, Luís Nascimento referiu que serão avaliadas caso a caso, tendo em conta as especificidades técnicas de cada sala de exibição.

Escusando-se a revelar valores de investimento neste Cine NOS, o administrador do grupo de entretenimento disse apenas que o plano é para um "crescimento sustentado" nos próximos anos e que estão a ser avaliados protocolos com várias autarquias.

Questionado pela Lusa, Luís Nascimento rejeitou qualquer ligação entre esta aposta da NOS, na procura de mais salas e mais públicos, e a quebra de espectadores e receitas de bilheteira registada este ano em toda a rede de exibição comercial.

"Se o ano é bom ou mau depende dos filmes", disse.

No entender da NOS, o panorama da exibição está a crescer "porque os exibidores têm investido de uma forma continuada em melhores condições de exibição".

"Isto que estamos a fazer é que a experiência de cinema seja alargada", sublinhou.

Quanto à escolha de filmes a exibir, Luís Nascimento referiu ainda que o cinema português não será esquecido, dando como exemplo a inclusão na programação, já este mês, da estreia de "Pedro e Inês", de António Ferreira.

Segundo os dados mais recentes do Instituto do Cinema e Audiovisual, divulgados em setembro, a rede de exibição comercial em Portugal é composta por 558 salas de cinema, concentradas sobretudo nos grandes centros urbanos de Lisboa (142), Porto (91), Setúbal (49) e Braga (46).

A receita de bilheteira e o número de espectadores em sala registaram, no total de 2018, quebras em relação ao mesmo período de 2017, afetando também os resultados das empresas que exibem e distribuem, sendo lideradas, em ambos os casos, pela NOS.

Este ano, até agosto, o circuito comercial contou com 9,4 milhões de espectadores e cerca de 50,7 milhões de euros de receita de bilheteira, ou seja, com uma descida de 14,7 por cento e de 11,5 por cento, respetivamente, comparando com o mesmo período de 2017.

Segundo dados do ICA, desses 50,7 milhões de euros de receita de bilheteira, 31,5 milhões de euros foram registados em salas de cinema detidas pela NOS (NOS Lusomundo Cinemas).

Das 558 salas de cinema integradas na rede comercial, 219 (39,2 por cento) pertencem à NOS.

Depois de assinado o protocolo com a autarquia de Elvas, no Auditório de São Mateus, a NOS fará a antestreia do filme "Johnny English Volta a Atacar", de David Kerr, com Rowan Atkinson, que chega aos cinemas na quinta-feira.

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