Quando foi anunciado em setembro de 2019 que ia avançar em Hollywood um novo projeto "Face/Off" ("A Outra Face"), a indicação é que ia "ser refeito para uma nova geração".

Mas em fevereiro de 2021 houve uma surpreendente revelação: não seria um "remake", mas uma sequela do clássico filme de ação realizado por John Woo em 1997 onde as personagens de John Travolta e Nicolas Cage, respetivamente um agente do FBI e um terrorista, trocavam literalmente de rosto.

O projeto não teria o envolvimento de nenhum dos atores, mas agora tem uma nova reviravolta: o realizador e argumentista Adam Wingard quer o regresso de Nicolas Cage.

A jogar a favor parece estar a renovação do interesse de Hollywood pelo vencedor de um Óscar, que após pagar dívidas ao fisco com uma série de filmes de fraca qualidade, arrancou para uma série de aclamados títulos ("Mandy", "Prisioneiros de Ghostland", "Pig - A Vidade Rob", "O Peso Insuportável de Um Enorme Talento").
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"Ele está a passar por um daqueles momentos. Mesmo antes da estreia de 'Pig', vimos isto como um filme de Nicolas Cage", revelou Wingard à revista britânica Empire.

"Agora, tornou-se completamente o caminho óbvio a seguir. Há uns dois anos, talvez o estúdio quisesse um ator na berra, jovem e em ascensão, ou algo do género. Agora, Nicolas Cage é outra vez um dos atores mais populares em Hollywood", acrescentou o realizador, que assinou "Godzilla vs Kong" e o filme de culto "The Guest", com Dan Stevens.

Apesar de ter revelado há um mês que tinha tido uma conversa com o produtor Neal H. Moritz, o ator ainda não está oficialmente ligado à sequela e não se sabe como será "explicado" o regresso da sua personagem: o argumento ainda não está fechado.

"Estamos a aperfeiçoá-lo. Não vamos partilhar até toda a gente dizer 'É isto'", diz o realizador sobre o o que está a escrever com o argumentista Simon Barret.

Trabalhar num conceito tão especial como o de "A Outra Face" foi um desafio, mas Wingard acredita que os dois conseguiram desbloquear a sequela.

"Foi provavelmente o argumento mais desafiante em que já trabalhamos, por muitas razões. Existe muita pressão em querer ter certeza de que está à altura do legado [do primeiro filme]. Mas em cada rascunho surgem coisas que simplesmente clicam e fica-se tipo ‘É isto que realmente é 'A Outra Face''”, concluiu.

Recorde-se que o filme deu muito que falar quando chegou aos cinemas em 1997 por causa da história de troca de identidades mirabolante: um agente do FBI, Sean Archer (Travolta) submetia-se a uma nova e radical cirurgia para ficar com a cara de Castor Troy (Cage), um perigoso terrorista em estado de coma.

Tudo se complicava quando o próprio Castor recuperava inesperadamente e vendo o que tinha acontecido, forçava os cirurgiões médicos a colocarem-lhe o rosto do agente antes de os matar. Para Sean Archer, o pesadelo era duplo: não só estava preso ao rosto da pessoa que mais odiava, como o vilão ficava com a sua família.

Além de uma oportunidade para Travolta e Cage mostrarem o seu talento com a troca de papéis, para o grande entretenimento que o filme trouxe também contribuiu o facto de ter sido a primeira (e, confirmou-se mais tarde, única) vez que John Woo conseguiu "transferir" com sucesso para o cinema americano os ingredientes que o tornaram um dos mais reputados realizadores de Hong Kong.

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