A carreira de Chadwick Boseman passava por papéis para a televisão e o cinema independente até que, em 2014, recebeu um telefonema do grupo Marvel, um traje de super-herói e um passaporte para a fama.
A sua aparição em "Capitão América: Guerra Civil" (2016) deu ao ator de 40 anos um pequeno sabor da sua nova vida como celebridade, que irá descolar quando estrear em 2018 "Pantera Negra" e "Avengers: Infinity War".
"Honestamente, neste momento não estou pronto para esse nível de fama. Gosto de fazer coisas normais, ir ao supermercado, fazer compras, passar tempo num restaurante com a minha família", explicou Boseman em entrevista à AFP.
Qualquer relação significativa no processo criativo de um filme da gigante Marvel é sinónimo de sucesso, seja como ator, realizador, argumentista ou produtor. Afinal de contas, dois filmes dos "Vingadores" e um do "Homem de Ferro" estão entre os 10 títulos mais rentáveis de todos os tempos. E todos os lançamentos da Marvel já renderam mais de 11 mil milhões de dólares.
"Realmente, agora não posso ir a qualquer lugar sem que as pessoas digam: 'Olha o Pantera Negra'. Não sei realmente qual será a próxima fase", confessa Boseman.
"Acredito que para fazer um papel e torná-lo real, é preciso sentir a vida como ela é, de forma regular. Uma pessoa não se sente bem quando não pode fazer nada, sou totalmente honesto" quanto a isso, acrescentou o ator com raízes em Serra Leoa, filho de uma enfermeira e um estofador.
Contra os estereótipos
Boseman também foi aclamado por seu papel como o lendário Jackie Robinson em "42" (2013) e "Get on Up" (2014), onde foi o rei do "soul" James Brown.
Pantera Negra é considerado o primeiro super-herói negro, o que é parcialmente verdadeiro, porque desde o início dos anos 1990 existiram o Blade de Wesley Snipes e a Tempestade de Halle Berry na saga "X-Men". E, mais recentemente, o "Falcão" em "Vingadores: Era de Ultron".
Mas é verdade que T'Challa, o rei e protetor da fictícia nação africana de Wakanda, é o primeiro herói negro a ter seu próprio filme da Marvel, além de ser o primeiro a aparecer nos comics norte-americanos: apareceu em "Quarteto Fantástico" em 1966.
Boseman, que recentemente terminou de filmar "Pantera Negra", disse que tentou evitar alimentar os muitos estereótipos "prejudiciais e que não são verdadeiros" sobre a África.
"Sinto um peso... não se pode estar preocupado com cada respiração, mas tem que investigar e fazer um trabalho para que se sinta honesto", garantiu.
Boseman, que paga para passar incógnito nos cinemas para ver a reação genuína das pessoas, está num outro projeto que não deverá chamar tanta atenção quanto o herói felino.
Em "Message from the King", de Fabrice du Welz, apresentado em festivais no ano passado e este ano no catálogo da Netflix, interpreta Jacob King, um sul-africano que viaja a Los Angeles para caçar o assassino da sua irmã mais nova.
"Fico emocionado por começar algo e saber que ninguém ir dizer: 'Esse não é Jacob...?'", brincou. Ao contrário do que acontecerá a partir de agora com a sua personagem mais famosa...
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