A longa-metragem "Serpentário", de Carlos Conceição, e uma instalação visual de Sílvia das Fadas, com a artista russa Masha Godovannaya, integram o festival de cinema experimental de Ann Arbor, em março, nos Estados Unidos.

O Ann Arbor Film Festival, o mais antigo festival norte-americano dedicado ao cinema experimental e de vanguarda, fundado em 1963, decorrerá este ano entre 24 e 29 de março, naquela cidade do estado de Michigan.

De acordo com a Agência da Curta-Metragem, "Serpentário", a primeira longa de ficção de Carlos Conceição, integra a competição internacional e chega a Ann Arbor um ano depois de ter feito a estreia mundial no festival de Berlim e de ter sido exibido e premiado em outros eventos.

Em Berlim, Carlos Conceição explicou à agência Lusa que "Serpentário" conta a viagem de "um rapaz que vagueia por uma paisagem africana pós-catástrofe, em busca do fantasma da sua mãe", um trabalho que volta a ter muito de autobiográfico.

"Trabalho sempre a partir de um ponto de vista pessoal sendo que o grau de metáfora vai mudando. A maioria das vezes estou a falar de uma determinada emoção ou sentimento, mas o filme é sobre uma coisa completamente diferente", contou o realizador, que nasceu e viveu em Angola até aos 21 anos.

Protagonizado pelo ator João Arrais, o filme foi já distinguido em Portugal, Espanha, Itália, Bulgária e Canadá.

Segundo a programação já revelada, o festival de Ann Arbor exibirá ainda, em competição, a instalação visual "her* hands and his shape", da artista visual e investigadora russa Masha Godovannaya em parceria com Sílvia das Fadas, nome artístico da realizadora portuguesa Sílvia Salgueiro.

A instalação visual é descrita também como uma performance com dois projetores de cinema, película a preto e branco e a cores, e que versa sobre mulheres que fizeram ou participaram em filmes "de uma forma política".