A noite mais importante para Hollywood, a dos Óscares, está prevista para para o próximo mês, mas, pela primeira vez em 30 anos, pode não ter um apresentador após o comediante Kevin Hart desistir e nenhum substituto adequado ter sido encontrado.

Embora os organizadores ainda não tenham confirmado os planos, fontes do mundo do entretenimento dizem que os produtores estão a avançar com os preparativos para a 21ª cerimónia, a 24 de fevereiro, sem nenhum mestre de cerimónias.

Seria a primeira cerimónia sem um anfitrião desde a de 1989 - amplamente considerada uma das mais embaraçosas da história dos prémios, cuja abertura contou com um número infame do ator Rob Lowe com... a Branca de Neve.

Enquanto os organizadores da cerimónia lutam para superar o declínio constante nas audiências, muitos dizem que o fracasso em encontrar um anfitrião é, na verdade, uma boa notícia.

"É uma bênção disfarçada", sugeriu Tim Gray, editor na área dos prémios na revista de entretenimento "Variety", à AFP.

"Há anos que as pessoas vêm dizendo que o formato - o mesmo desde 1953 - precisa mudar, e eles estão a tentar reduzir o tempo de duração. Então, pessoalmente, acho que é uma ótima ideia não ter um apresentador", explicou.

Kevin Hart, que contracena com Bryan Cranston no recém-lançado "Novos Amigos Improváveis", foi escolhido para apresentar os Óscares no início de dezembro.

Mas a reação foi rápida - as mensagens nas redes sociais homofóbicas que publicou há alguns anos vieram à tona, provocando protestos, levando-o a retirar-se menos de 48 horas depois.

"Fiz a escolha de renunciar à apresentação dos Óscares deste ano (...) porque não quero ser uma distração numa noite que deve ser celebrada por tantos artistas talentosos e incríveis", anunciou antes de acrescentar "Peço sinceramente desculpas à comunidade LGBT pelas minhas palavras insensíveis no passado".

"Trabalho ingrato"

O que se passa para a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas não conseguir encontrar outra pessoa apropriada?

As duas cerimónias anteriores foram apresentadas pelo comediante e apresentador Jimmy Kimmel. O comediante e ator Chris Rock foi o mestre das cerimónias em 2005 e 2016, enquanto a apresentadora Ellen DeGeneres foi a anfitriã em 2007 e 2014.

Todos, aparentemente, indicaram que não estavam interessados.

"Acho que, hoje em dia, não vale a pena aceitar apresentar os Óscares por causa do escrutínio", disse Gray.

"Em parte acaba por ser um trabalho ingrato. Muitos apresentadores disseram que é um trabalho difícil porque se entra naquela sala, existem três mil pessoas e tudo o que querem saber é quem ganhou em cada categoria", acrescentou.

A Academia recusou vários pedidos da AFP para comentar a questão sobre se haverá ou não apresentador e o possível formato do programa.

Mas de acordo com várias revistas especializadas, os organizadores estão a ponderar a possibilidade de ter várias celebridades, incluindo estrelas dos filmes da Marvel, para introduzir alguns segmentos e os apresentadores dos prémios.

"Os prémios da Academia tiveram regularmente vários apresentadores nas décadas de 1970 e 1980 e a cerimónia televisiva funcionou muito bem", recordou Dave Karger, correspondente especial do IMDb (Internet Movie Database).

"Portanto, se os produtores deste ano puderem contratar grandes estrelas para protagonizar momentos especiais e apresentar os prémios, não acho que o programa seja prejudicado".

Tal como nos anos anteriores, Gray salienta que o grande desafio será como tornar o programa divertido - tanto para os presentes quanto para as pessoas que estiverem a ver pela televisão - mantendo dinâmica uma transmissão de três horas.

"Acho que a situação sem apresentador vai forçá-los a pensar em algo criativo", disse.

"E o facto de que a cerimónia será diferente pode manter a fluir a energia", concluiu.

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