Os escândalos, que começaram com as revelações perturbadoras contra o produtor Harvey Weinstein, deram vida a movimentos como o #MeToo e o Time's Up contra estes abusos e a favor de mais equidade.

Os Óscares já encararam, no passado, fortes críticas por falta de diversidade racial e de género, e este ano sem dúvida que "esses temas estarão presentes", disse à AFP Tim Gray, vice-presidente da Variety e editor de prémios.

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"As pessoas em Hollywood estão a falar de diversidade, dos movimentos #TimesUp e #NeverAgain, embora seja difícil dizer algo significativo em 45 segundos", acrescentou.

Os 8.500 membros da Academia do cinema dos Estados Unidos - de que Weinstein foi expulso - votaram até terça-feira, e as previsões colocam "A Forma da Água", do mexicano Guillermo del Toro, entre os favoritos, ao lado de "Três Cartazes à Beira da Estrada".

Também "Coco", o filme de animação da Pixar e Disney inspirado no Dia dos Mortos no México, e "Uma mulher fantástica", do chileno Sebastián Lelio, protagonizado pela atriz trans Daniela Vega são favoritos nas suas respetivas categorias.

O comediante Jimmy Kimmel será novamente o anfitrião, que este ano é organizado com muito cuidado para não repetir o fiasco do ano passado, quando Warren Beatty e Faye Dunaway receberam o envelope errado e entregaram o prémio de melhor filme a "La La Land", quando na verdade era "Moonlight" o vencedor.

"A Academia estará alerta", antevê o crítico de cinema Peter Debruge. "Mas de vez em quando um erro humano dá emoção ao espetáculo", disse.

Bálsamo para a alma

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"A Forma da Água" conta a história de amor entre uma empregada de limpeza muda e um humanóide anfíbio preso numa base ultrassecreta nos Estados Unidos durante a Guerra Fria.

"O mais bonito que ouvi é que o filme curou emocionalmente alguém ou que foi uma espécie de bálsamo para a alma", disse à AFP Del Toro, nomeado em 2007 por "O Labirinto do Fauno", que ganhou três estatuetas, embora não a de melhor realizador.

"A Forma da Água" recebeu no total 13 nomeações aos Óscares, mais do que qualquer outro filme, incluindo a de melhor realização, na qual o mexicano é o favorito, após ter vencido o Globo de Ouro, o Bafta e o prémio do sindicato de realizadores.

Nessa categoria concorre também Greta Gerwig por "Lady Bird", a única realizadora nomeada este ano e apenas a quinta nas 90 edições deste prestigiado prémio.

Na categoria de melhor fotografia, foi nomeada a primeira mulher na história dos Óscares: Rachel Morrison, por "Mudbound".

Segundo o site de previsões Gold Derby, o Óscar de melhor filme irá para "Três Cartazes à Beira da Estrada", o drama dirigido por Martin McDonagh - que não está nomeado na categoria de Melhor Realização - sobre uma mulher que aluga três outdoors para protestar contra a lentidão da investigação policial sobre a morte de sua filha.

O longa-metragem - que tem sete nomeações, uma a menos que o filme bélico "Dunkirk" - deve levar também os prémios pelas interpretações de Frances McDormand e Sam Rockwell.

Gary Oldman provavelmente voltará para casa com o Óscar pela sua aclamada interpretação como o primeiro-ministro britânico Winston Churchill em "A Hora Mais Negra", que tem um total de seis nomeações, o mesmo número de a "Linha Fantasma".

Segundo a imprensa especializada, nenhum filme dominará os prémios.

"Não me lembro de um ano com tanta incerteza, há pelo menos quatro candidatos fortes" ao Óscar de melhor filme, disse Gray.

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