Michael Haneke regressou ao mundo repressivo da Alemanha rural e protestante de 1913/14 e o resultado foi a
Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes.
«Das Weisse Band» conquistou os jurados do certame, liderados por
Isabelle Huppert, protagonista de
«A Pianista», que valeu a Haneke o Grande Prémio do Festival em 2001.

«Un Prophete», do francês
Jacques Audiard, que se centra numa prisão para compor um retrato do crime organizado, conquistou o
Grande Prémio do Júri.

Após vencer o troféu de Melhor Curta-Metragem no festival IndieLisboa,
«Arena», de
João Salaviza triunfou em Cannes arrancando o troféu de Melhor Curta-Metragem para esta história de um homem que vive em prisão domiciliária.

O prémio de Melhor Actor foi atribuído ao austríaco
Christoph Waltz por
«Inglorious Basterds – Sacanas Sem Lei», o épico de
Quentin Tarantino sobre a Segunda Guerra Mundial, e o troféu de Melhor Actriz foi parar às mãos de
Charlotte Gainsbourg pelo polémico
«Anti-Christ», de
Lars von Trier.

O cineasta filipino
Brillante Mendoza conquistou o galardão de Melhor Realizador por
«Kinatay», e o galardão e Melhor Argumento foi para «Chun feng chen zui de ye wan» (
«Spring Fever»), de
Lou Ye, o cineasta chinês que está proibido de filmar pelo governo do seu país devido a um filme sobre o massacre da Praça de Tienamen.

O Prémio do Júri foi «ex-aequo» para
«Bak-jwi», do coreano
Park Chan-wook, autor de
«Oldboy – Velho Amigo», e para
«Fish Tank», da britânica
Andrea Arnold.
«Samson and Delilah», de
Warwick Thornton, conquistou a
Câmara de Ouro que distingue o melhor primeiro filme.

O veterano
Alain Resnais, representado na competição pelo filme
«Les Herbes Folles», mereceu um Prémio Especial de Carreira.

Entretanto, um dos casos de Cannes pertenceu, sem grande surpresa, ao filme de
Lars von Trier. O provocador dinamarquês não deixou ninguém indiferente com o seu
«Anti-Christ» e levou a uma decisão inédita por parte do Júri Ecuménico, integrado por jornalistas, críticos e realizadores, que distingue obras que se distinguem pelas suas «qualidades humanas que envolvem a dimensão espiritual da existência».

O presidente do júri em questão, o cineasta romeno
Radu Mihaileanu, leu uma declaração num tom irónico, em que revelou que os jurados, por unanimidade, decidiram distinguir «o filme mais misógino do maior cineasta do mundo». Mihaileanu comunicou a entrega de um
«antiprémio» a Lars von Trier, que «sugere que a mulher deve ser queimada na fogueira para salvar o mundo e para que o homem possa se erguer finalmente». Quem não achou graça foi o delegado-geral do Festival de Cannes,
Thierry Frémaux, que disse que a decisão foi «ridícula» e tresanda a «censura».

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