Para esta segunda edição do Fundo de Apoio ao Cinema foram escolhidos projetos que estão em diferentes fases de produção (desde a pré-produção à montagem): as longas-metragens «
Revolução industrial», de Frederico Lobo e Tiago Hespanha, e
«Bibliografia», de João Manso e Miguel Manso, e as curtas-metragens
«Terra», de Pedro Lino, e
«Má Raça», de André Santos e Marco Leão.

O Fundo de Apoio ao Cinema foi criado em 2011, por uma associação cultural, e entendido como um complemento aos apoios financeiros do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), que estiveram suspensos ao longo de 2012.

«A ideia é que este fundo continue a ser assim, complementar, porque esperamos que os apoios do ICA sejam retomados», explicou à agência Lusa Miguel Valverde, da direção da Zero em Comportamento, ainda antes de saber
do anúncio, feito ontem à tarde, de reabertura dos concursos.

Esta segunda edição do fundo atribuirá apoio em cinco mil euros a «Bibliografia», dos irmãos João Manso (realizador) e Miguel Manso (poeta), que desceram os rios Zêzere e Tejo numa jangada, a bordo da qual foram lidos textos sobre viagens e peregrinações.

Ao documentário «Revolução Industrial», de Frederico Lobo e Tiago Hespanha, que é também uma viagem pelo rio Ave, é concedido um apoio de 2.500 euros e em serviços de pós-produção de som.

A curta-metragem documental «Terra», de Pedro Lino, sobre a tradição transmontana das «Chegas de Bois», e a curta de ficção «Má raça», de André Santos e Marco Leão, terão apoio em serviços de pós-produção de som e imagem.

A Zero em Comportamento recebeu 47 candidaturas, um número elevado que se pode explicar pela ausência em 2012 de outros apoios financeiros, referiu Miguel Valverde.

«Achávamos que o fundo seria mais para quem está a começar, mas recebemos candidaturas de todo o tipo de pessoas, já consagradas e apoiadas pelo ICA», disse.

Miguel Valverde referiu ainda que, além do apoio financeiro e técnico, a associação Zero em Comportamento poderá ajudar estes quatro projetos a terem projeção e reconhecimento internacional, apresentando-os em festivais.

Na primeira edição, o fundo foi atribuído ao realizador a artista plástico Gabriel Abrantes, para o filme «Palácios de Pena». Na altura, o fundo foi criado com receitas geradas pela venda de um DVD com curtas-metragens portuguesas, em parceria com a FNAC e o festival IndieLisboa.

Nesta segunda edição, o fundo conta com outras parcerias, nomeadamente com a Universidade Lusófona.