Hollywood vai fazer mais uma tentativa com a saga "RoboCop".
Segundo a notícia exclusiva do Deadline, o estúdio MGM vai avançar com um novo filme realizado por Neill Blomkamp que se vai chamar "RoboCop Returns" ["RoboCop regressa", em tradução livre].
A esperança é dar nova vida à saga iniciada em 1987 com o clássico "thriller" de ação e ficção científica de Paul Verhoeven "RoboCop - O Polícia do Futuro" (1987) sobre o polícia de Detroit em 2028 às portas da morte transformado num super-polícia metade humano, metade robô.
A ideia desenvolvida no argumento de Ed Neumeier e Michael Miner já foi recuperada para um filme de 2014 do brasileiro José Padilha ("Tropa de Elite") com Joe Kinnaman. Os resultados comerciais nos EUA desiludiram, mas as receitas ainda chegaram aos 240 milhões de dólares a nível mundial, muito graças ao mercado chinês.
Não se sabe se Kinnaman voltará a estar envolvido, mas o plano é continuar a história diretamente a partir do primeiro filme, recuperando um argumento escrito há 30 anos pelos mesmos Neumeier e Miner para uma sequela que acabou por não avançar.
O que tinha a história que chamou agora a atenção da MGM e de Neill Blomkamp? "Previu" que a estrela de um "reality show" iria concorrer à presidência dos EUA e ganhava.
Como explicou Neumeier ao Deadline, o holandês Paul Verhoeven achou que o primeiro filme era peça única e não estava interessado em envolver-se na saga política que é fazer uma sequela em Hollwyood. Posteriormente, uma greve do sindicato dos argumentistas em 1988 acabou por afastar o duo original da sequela, que evoluiu com uma nova história co-escrita por Frank Miller, resultando "RoboCop 2" em 1990. Seguiu-se ainda "RoboCop 3 - Fora da Lei" (1993) e duas séries de TV.
A história vai ser reescrita por Justin Rhodes, que co-escreveu o novo filme da saga "Esterminador Implacável" que chegará aos cinemas em 2019.
Neill Blomkamp, o sul-africano de 38 anos que chamou a atenção de Hollywood com o seu primeiro filme, "Distrito 9" (2009), que esteve na corrida aos Óscares, e fez a seguir "Elysium" (2013) e "Chappie" (2015), destacou a impacto que teve em si o clássico de 1987.
"Aquilo que me afetou em criança evoluiu com a passagem do tempo. Em primeiro lugar, o que foi mais forte foi o consumismo, materalismo e a economia de [Ronald] Reagan [presidente dos EUA], aquele tema da América dos anos 80 em esteróides. Mas conforme fui ficando mais velho, a parte que realmente teve impacto comigo foi a identidade e a procura de identidade", explicou.
"Desde que a componente humana esteja presente, uma boa história pode funcionar em qualquer altura, não está presa num período específico da História", acrescentou.
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