A realizadora dos filmes "Mulher-Maravilha" acha que o modelo de lançamento dos filmes em streaming não funciona e eles parecem "falsos".

As declarações de Patty Jenkins foram feitas durante um painel no evento CinemaCon, que juntou os principais responsáveis dos cinemas nos EUA, durante uma discussão mais ampla sobre a necessidade dos estúdios e cinemas trazerem de volta muitos espectadores às salas e o que significou ver o seu filme "Mulher-Maravilha 1984" ser lançado ao mesmo tempo nos cinemas e nas plataformas de streaming por causa da pandemia em dezembro de 2020.

"Foi a melhor opção num monte de más opções na altura. Foi uma experiência de partir o coração e bastante prejudicial para o filme, e de certa forma sabia que podia acontecer. Fiquei contente por dar o filme ao público. Não acho que seja a mesma coisa em streaming, nunca.", expressou a realizadora, citada pelo jornal Los Angeles Times.

"Não sou fã do [lançamento] simultâneo e espero evitá-lo para sempre. A verdade é que faço filmes para o grande ecrã. Não tenho problemas que as pessoas os vejam pela segunda ou terceira vez nos seus telemóveis, mas não os estou a fazer para essa experiência. Adoro a experiência de cinema e não percebo porque é que estamos a falar sobre deitá-la fora por 700 serviços de streaming para os quais não há espaço no mercado", acrescentou.

Patty Jenkins teve palavras mais generosas em relação às séries e salientou que tem um acordo com a Netflix para as desenvolver porque são histórias mais longas que não encaixam no formato dos filmes, mas defendeu que são duas áreas muito diferentes.

"Não faz sentido para os estúdios que têm indústrias de muitos milhões de dólares atirá-las para o lixo para irem jogar na competição com a Netflix", reforçou.

"Não estão a ver? Todos os filmes que os serviços de streaming estão a lançar, lamento, mas para mim parecem filmes falsos. Não ouço falar deles, não leio sobre eles. Não está a funcionar como um modelo para estabelecer uma grandeza lendária", completou Patty Jenkins.