O conselho claramente não foi seguido por muitos dos seus colegas durante a recente campanha para as eleições presidenciais nos EUA, mas Kurt Russell é dos que acha que os atores que falam publicamente de política estão só a prejudicar o seu trabalho.

A veterana estrela de Hollywood, com 69 anos, que começou a trabalhar em Hollywood ainda com Walt Disney vivo e chegou a contracenar com Elvis Presley, defendeu que os atores deviam olhar para si mesmos como "bobos da corte", pelo que expressar as suas opiniões sobre outros temas apenas os prejudica na função que estão a desempenhar.

"No que me diz respeito, você deve evitar dizer o que quer que seja para que ainda possa ser visto pelo público como uma personagem", explicou em entrevista ao The New York Times já no rescaldo das eleições.

"Não há qualquer razão para que os artistas não possam aprender tanto como qualquer pessoa sobre um assunto, seja ele qual for. Mas acho que o que é triste nisso é que eles perdem o seu estatuto de bobo da corte. E eu sou um bobo da corte. É para isso que nasci", continuou.

"Um bobo da corte é o único que pode entrar no castelo e pode gozar com o rei, desde que não exagere. Acho que isso tem sido uma parte muito grande e importante de todas as culturas ao longo da História e gostaria de ver isso permanecer na nossa", reforçou.

De facto, Kurt Russell raramente partilhou pontos de vista políticos ao longo da carreira, embora seja conhecido como um grande defensor do controverso direito à posse de armas nos EUA.

Embora seja considerado um dos raros atores conservadores de Hollywood (o realizador e grande amigo John Carpenter chegou a dizer que ele estava à direita para lá de Átila, o Huno), o próprio descreve-se de forma diferente.

"Ouvi algumas coisas bem duras ao longo dos anos que foram muito injustas, mas a coisa principal foi que o meu caso era pior porque não podia ser 'Sou um Republicano, desculpem'. Não era um republicano, era pior: era um libertário 'hardcore'", disse numa entrevista em 2015.

Kurt Russell mantém uma relação há mais de 35 anos com a atriz Goldie Hawn, que também se abstém de falar sobre política em público, embora tenha feito doações a candidatos principalmente do Partido Democrata e apoiado candidatos libertários.

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