A 10.ª edição do festival Sound&Image de Macau arrancou hoje com a antestreia de nove filmes rodados no território e que vão integrar o VIII Douro Filme Festival que se realiza no próximo ano no Porto.

“Oportunidade óbvia de grande interesse cultural e artístico que é criar esta ponte entra Macau, Ásia, China e Portugal e a Europa”, disse o diretor artístico do Douro Filme Festival, Cristiano Costa Pereira, à margem da conferência de imprensa do festival Sound&Image.

Os filmes apresentados hoje foram realizados por António Faria, António Mil-Homens, Bibito Henrique, HK Leung, Lúcia Lemos, Oliver Fa, Rita Wong, Stefan Nunes e Tracy Choi.

O evento que vai ser realizado no Porto, em abril, explicou Cristiano Costa Pereira, é o único festival Cinema Super 8mm deste género em Portugal.

Um festival que foge à regra do que é norma na maioria dos festivais porque “convida a cada edição um conjunto de pessoas para filmar” películas a preto e branco e mudos.

Estes dois festivais estão a funcionar como intercâmbio, já que alguns filmes que vão rodar no festival Sound&Image de Macau vão também ser apresentados no Porto, adiantou o Diretor Artístico do Douro Filme Festival.

Durante a conferência de imprensa sobre a 10.ª edição do Sound&Image de Macau, Cristiano Costa Pereira, que é também um dos júris deste festival do território, destacou a evolução do evento e disse ter ficado “surpreendido com a qualidade” do evento.

O Sound&Image de Macau, um pequeno concurso audiovisual que se transformou num festival internacional, tem este ano a edição "maior de sempre" e com mais presença feminina, destacou à Lusa a coordenadora, no início de novembro.

Além das produções em competição – 112 curtas-metragens e oito vídeos musicais – o festival propõe nesta data redonda uma “edição alargada”, com mais dois dias de certame e ciclos especiais, disse à Lusa a coordenadora do Centro de Indústrias Criativas-Creative Macau, Lúcia Lemos.

Entre hoje e 10 de dezembro serão exibidas, no histórico teatro D. Pedro V, 194 produções audiovisuais, incluindo uma retrospetiva dos vencedores de 2010 a 2018 e oito filmes fora de concurso realizados por mulheres do Sri Lanka, indicou.

“É a primeira vez que fazemos uma curadoria assente em realizadoras mulheres. É interessante porque pouco sabemos do Sri Lanka e resolvi que era importante fazer isto em Macau, até porque existem [no território] muitas mulheres realizadoras”, afirmou.

Portugal está representado na competição em três categorias: ficção, "No limiar do pensamento", de António Sequeira, "Califórnia", de Nuno Baltazar; documentário, "A ver o Mar", de Ana Oliveira e André Puertas, e animação, Purpleboy, de Alexandre Siqueira.

A programação inclui ainda filmes convidados da Dinamarca, Guiné-Bissau, Lituânia, Macau, Suécia e Ucrânia e três 'MasterClasses' em ficção e animação sobre técnicas de realização, produção e efeitos visuais.

Entre 2010 e 2018, esta iniciativa já premiou 77 filmes e vídeos musicais, dos quais 35 de Macau. Os premiados são de Portugal, China, Dinamarca, Bélgica, Alemanha, Brasil, França, Índia, Suécia, Espanha, Irão, Polónia, Chile, Paquistão e Suíça.